quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Ver além da fumaça...

"A disputa do Século XIX foi a disputa pela terra; a disputa do Século XX foi a disputa pelos meios de produção; a disputa do Século XXI é a disputa pelo conhecimento". Essa frase fez parte do discurso de posse de José "Pepe" Mujica como Presidente do Senado Uruguaio, há mais de 10 anos atrás.
Recentemente, o Uruguai de Mujica legalizou a maconha e o casamento gay. País progressista esse...
Li na praia o livrinho ao lado. Ótima história de um colega de lutas do Mujica; outro tupamaro: Raúl Sendic. Como diz o livro, "o primeiro tupamaro".
Esse pessoal é interessante: no final da década de 1960, Sendic propoôs uma tese política que destaca a relevância da inovação. Quem na esquerda, direita, centro, andar de cima, andar de baixo... na América Latina pensava algo desse tipo naqueles tempos?
Concorde-se ou não com suas posições políticas e métodos, esse pessoal pensava 'fora da caixa', via o que outros nem sonhavam. 

A Alemanha vai para o oeste

25% da população americana tem origem alemã. Isso mesmo... alemã, não britânica, como poderia supor a vã filosofia ibérica instalada ao sul do Equador. Interessante... não? Cá com os meus botões penso: eis uma boa explicação para o timkering e o hacking que são tão característicos dos EUA.
Eis que o pessoal do primor da técnica encontrou os pioneiros e exploradores do oeste. A Califórnia é uma boa síntese desse espírito.
Mas o avanço para o oeste foi cheio de histórias. A "2a revolução industrial" esteve associada a criação das grandes corporações, dos sistemas de distribuição em massa, do transporte em larga distância e escala. A construção das ferrovias nos EUA movimentou a economia, criou novos tipos de negócios e transformou a sociedade. 
Inúmeras histórias humanas se misturaram nessa grande transformação. Valem os sonhos, de trem, transformação, conservação, amor, desespero, solidão, busca, mudança.

Admirável mundo novo

Passei o verão do hemisfério norte na Califórnia, na Singularity University, onde fiz o Graduate Studies Program (GSP) 2013, junto com 79 outras pessoas, de 38 países diferentes. Foi uma experiência fantástica. Gostei muito. Recomendo.
O que me levou até lá? A certeza de que existem muitas coisas legais para fazer no mundo, muitos desafios a enfrentar, muitas oportunidades e muitas coisas fantásticas que ainda não conseguimos antecipar mas que "estão vindo aí" com a aceleração das mudanças tecnológicas. Existem dois caminhos possíveis: (i) assistir as mudanças pelas janela ou (ii) ser parte ativa da transformação. Há muito escolhi o meu caminho.
Quer saber sobre o que encontrei lá? Acompanhe a série de posts que fiz sobre o GSP e seus participantes para o Startupi.
Esta quinta-feira, 17 de outubro, será o primeiro dia do Wired 2013, em Londres. Haverá uma sessão específica sobre a SU. Vale assistir pela web.
É preciso olhar para a frente... não pelo retrovisor!

É hora de ler!

Este livro do Mário Araújo foi uma das coisas mais legais que li ultimamente. Li, gostei e recomendo... mesmo, pra valer!
São histórias ótimas... doces, alegres, com ritmo, provocantes, nervosas, neuróticas e obsessivas por vezes. Nada mais a declarar. É hora de ler!

Qual é a sua cor?

Volta e meia leio, assisto ou escuto algo sobre ‘raças’ ou ‘questões raciais’; sempre acho estranho. Muito estranho. Aliás... acho uma bobagem total!
A ideia de raça não tem nenhum embasamento científico – pelo menos do ponto de vista das ciências naturais e biológicas. Raça é um conceito social, um construto. Eu possivelmente sou geneticamente mais parecido com o meu cachorro (tá bem... ela é mais simpática do que eu...) do que com meus tios e primos.
Bem.... a África do Sul dos tempos do Apartheid é o exemplo acabado e mais próximo no tempo que temos de segregação racial (a segregação racialnos EUA, talvez o exemplo mais próximo de nossa realidade, durou até a década de 1970). Terminou em 1994, mas as feridas demorarão décadas, talvez séculos para cicatrizar.
Este livro é uma bela reportagem de um branquelo que foi morar em um subúrbio negro de Cape Town: Khayelitsha. É uma boa história. Para não esquecer o absurdo, mas também para ‘ver’ como é difícil compreender os códigos e maneiras ‘dos outros’.
A África do Sul é belíssima, vale conhecer. O Mandela é um gênio; construiu pontes.

Vale um brinde (com ótimos vinhos sul-africanos)... à África do Sul, ao seu povo, ao Mandela, à humanidade.

Pracinhas, parques, reservas...

Responda rápido: quantos parques tecnológicos existem no Brasil? Você conhece algum? Já visitou algum? Não? Deveria!
O Parque do Rio já é o maior do País e tem crescido muito, especialmente a partir dos investimentos da indústria de petróleo e gás; o TecnoPuc é um exemplo de interação universidade-empresa em diferentes áreas/setores; o Parque Tecnológico da Paraíba, em Campina Grande, foi um dos pioneiros; o Porto Digital é um caso de sucesso em uma ‘vertical’ (tecnologia da informação).... Quer saber mais e conhecer outros? Veja aqui uma relação de parques tecnológicos existentes no Brasil e informações sobre os mesmos, resulta de levantamento feito pela Anprotec em 2011.
O Brasil tem avançado, mas ainda há muito a fazer para que a tenhamos uma economia baseada em inovação. Parte da solução (não nos enganemos... não “a solução”... parques e incubadoras são parte da solução...) passa por parques tecnológicos e incubadoras.
Mas o assunto tem ganhado destaque recentemente... e isso é positivo! Foi matéria principal na edição de abril de 2013 da Pesquisa Fapesp.

Em tempo... nesta semana, está acontecendo em Recife o XXIII SeminárioNacional da Anprotec, realizado de forma conjugada com a Conferência Mundial da IASP.