quinta-feira, 11 de junho de 2015

Cardápio

Quer viver bem e de forma saudável? 
Por enquanto, "tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo", cantava o Walter Franco (escute a música). Faltou algo: o cardápio saudável - assumindo-se que exercício é pressuposto para se manter a espinha ereta (na minha idade, não estou tão certo) e portanto já faz parte do pacote anterior.
Pacote completo, mas não totalmente suficiente. O DNA e o tempo são implacáveis... Por enquanto! Isso irá mudar (muito mesmo) nos próximos anos. 
Na esteira da aceleração das transformações tecnológicas, a medicina é dos campos que passará por algumas das mais visíveis mudanças. Aliás, é o que o Craig Venter disse neste início de junho a uma turma de formandos na UC San Diego. Confira o papo.
Você pensa em estudar medicina? Prepare-se! Muita coisa vai mudar e é melhor você estudar muita matemática e estatística.
Para os curiosos, hipocondríacos e health geeks wannabes (e life hackers) esta 'revistinha' da BBC (por sinal, eless tem um ótimo site sobre futuro & tecnologia) apresenta um bom cardápio. 
Enquanto o futuro não chega, trate de manter... a mente quieta, a espinha ereta, o coração tranquilo e o cardápio saudável.


quarta-feira, 3 de junho de 2015

Protótipo

Você já leu Guimarães Rosa? Quais livros?
Eu li poucos, gostei muito - mais de uns do que de outros. Aqui escrevi animado pela minha obra favorita. Mas digo: conheço pouco, mesmo.
Neste ano conheci uma coleção de contos, logo do início da carreira. Os textos parecem apenas protótipos quando comparados às obras posteriores.
Foi bom saber. Gostei - percebi os limites, reconheci traços, reafirmei uma ideia. Recomendo ler.
Antes da grande obra - resultado mais da transpiração do que da inspiração - há o texto "mais ou menos". É um caminho. É preciso caminhar o caminho. E isso custa. Ah, como custa.

Weltanschauung: lá e aqui

Até que ponto compreendemos "o outro"? Até que ponto o aceitamos? Até que ponto podemos aceitar?
E se as crenças fundamentais do "outro" forem essencialmente diferentes das nossas, o que fazer? O que faremos?
O mundo é um lugar cada vez mais complexo. Século XXI e Idade Média convivem, em vários planos, em distintas geografias. Estamos prontos (humanidade, o Brasil, cada um de nós) para lidar com isso?
reportagem da The Atlantic sobre o ISIS é um bom (ótimo) retrato sobre os limites impostos pela visão de mundo predominante no ocidente. Compreender o ISIS não é tarefa trivial. Requer a revisão de pressupostos essenciais sobre o mundo, a vida, o sentido das coisas, a jornada da humanidade.
Mas não nos enganemos... nem tudo que é arcaico acontece em algum lugar distante e empoeirado do outro lado do planeta. Também o Brasil do Século XXI convive com a idade média. Você acha que não sentado aí no seu ar-condicionado para os dias de calor (em tempo, o meu está muito confortável)? Leia algumas histórias sobre o nosso Brasil ainda cheio de preconceito, ignorância, truculência, violência e escravidão.
Se queremos (o Brasil, os brasileiros) ser atores globais (queremos?), teremos que avançar em nosso próprio esforço civilizatório e, ao mesmo tempo, formar gente e criar estruturas para dar conta da complexidade do mundo de hoje, que mistura contemporaneidade e arcaísmo. Precisamos de gente que conheça Alepo, fale árabe, chinês, hindi e farsi, compreenda história, esteja pronta para discutir o ISIS, veja o mundo para além do nosso umbigo brazuca... Será que estamos preparados?
Compreender o outro passa por compreender a nós mesmos e nossos limites.