segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Game over

Você lê revistas de negócios? Sim? Gosta?  Eu gostava (muito) de ler Exame há algumas décadas e ainda leio várias revistas de negócios nos dias de hoje, principalmente online. Até influenciaram a minha trajetória pessoal e profissional - incentivaram a fazer uma pós-graduação mais voltada para negócios do que a graduação em Engenharia.
Sempre gostei de revistas. Fiz um lobby doméstico na década de 70 para meu pai assinar a Veja. Vejam só... comprava revistas em quadrinhos, de ciência, de história. Sempre fui curioso, viciado em informações.
Comprei esta edição da Bloomberg Businessweek em um aeroporto - onde mais existem bancas de revistas nos dias de hoje? De repente percebi que não conheço nenhuma por aqui onde moro - que não é Copacabana ou Nova Iorque. Admirável mundo digital.
Digital e tecnológico são o mundo e os negócios, cada vez mais os negócios. Veja, tecnologia é o principal assunto da edição de junho13-26 da Bloomberg Businessweek. Mas não para por aí. Entre no site agora e verá: a maior parte das matérias são sobre novas tecnologias e como estão mudando o mundo: veículos autônomos, câmeras de vigilância, laboratório de dinossauros, robôs cirúrgicos, blockchain, novas naves da NASA....
Há algum tempo, tecnologia era curiosidade, hoje é o eixo central do conteúdo das revistas de negócios. As revistas de negócios focavam em métodos de gestão, melhores práticas, líderes, receitas de bolo. Tudo isso é agora coisa resolvida ou do passado. Cada vez mais temos conhecimento sistematizado sobre como preparar pessoas, montar e gerir equipes de alto desempenho, ser eficiente em operações. A grande questão hoje é como sobreviver numa era de mudança tecnológica acelerada! O jogo mudou!
O Peter Diamandis bem colocou no Abundance: a tecnologia se digitaliza e o acesso se democratiza. Com um crescimento exponencial da tecnologia, as empresas que aí estão penarão muito para continuar existindo, muitas, a maioria, irão morrer.
Game over para muitas corporações e muita gente!
Em tempo... fui ler uma revista de negócios brasileira enquanto escrevia este post. Não há quase nada sobre novas tecnologias, mas há muita coisa sobre a política em Pindorama. Sinais de decrepitude. Game over!

domingo, 28 de agosto de 2016

Tempo

Com exceção de alguns lugares da América Espanhola - Cuzco, por exemplo - é difícil perceber deste lado do Atlântico que a história vem em camadas. Estamos no mapa, americanos do sul ao norte, há pouco tempo. É claro, muitos estavam aqui antes dos europeus aparecerem com seus espelhinhos, mas no geral (e infelizmente) não nos reconhecemos nos povos que aqui habitavam e não incluímos o registro daquela história passada na nossa própria.
Há em Roma uma igreja muito interessante, local onde três edificações distintas foram construídas, uma sobre a ruína da anterior. Lá, literalmente, vemos as camadas. Roma é uma dessas esquinas do mundo, onde gente de todos os tipos se encontrou. 
Foram os romanos, aliás, que criaram Barcelona. É outra dessas esquinas. Um lugar com uma identidade e uma língua próprias - e uma comida maravilhosa. Um lugar onde a história veio em camadas.
Leva tempo a construção de uma sociedade, de valores compartilhados e vividos, de consensos. A Catalunha da tal cidade de Barcelona ainda ambiciona a sua independência. Os que vieram (bem) depois deveriam pensar nisso. O tempo faz falta.

Lux

O Brasil vive um momento singular. Há mais destruição do que construção, mais discórdia do que diálogo, mais desperdício do que resultado, mais ódio do que empatia, mais arrogância do que sinceridade, mais mentiras do que verdades, mais confusão do que clareza, mais perdas do que ganhos, mais trevas do que luz, mais passado do que futuro.
Surpreende encontrar este livro sobre o Orçamento Participativo de Porto Alegre, que foge do Fla-Flu - no caso, melhor, foge do Gre-Nal! Quiçá seja possível fugir da violência trivial e das simplificações grosseiras. Talvez seja possível compreender que as sociedades, as cidades, os países, a cidadania, são obras em eterna construção. Talvez.
Talvez haja luz e consigamos avançar. Vale torcer. 

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Dallas

Nunca visitei Dallas - ainda! Mas lembro da série de TV, de muitos anos trás - acho que teve uma refilmagem recente; não? Sim, em 2012.
Pois bem...
Não há muito estive em Florença.... che bella città! Berço do Renascimento e origem de muitas coisas que conformaram o que pensamos, sentimos e gostamos hoje - pelo menos aqui na banda Ocidental do planeta.
Em grande parte, Florença e o Renascimento foram obra de uma dinastia, os Medici. Banqueiros, políticos e, por fim, nobres. Uma dinastia que não tinha só dinheiro e poder, mas que fora forjada por alguém que acreditava no poder da ideias e nos homens, na sua capacidade criativa e transformadora no mundo.
Dallas foi uma série criativa - pelo menos eu gostava de assistir - e que marcou minha infância (podia assistir?). Florença, a existência de todos nós e dos que estão por vir.

Design

Como é difícil mudar... ah.... como é difícil mudar!
Mudei de linha!
De novo...!!
Cada um de nós enfrenta dificuldades para mudar, especialmente mudar de hábitos. É um mercado enorme, que cresce: cada vez mais existem cursos, aulas, métodos, consultorias, mentorias e ferramentas para aprimoramento pessoal e gestão da mudança. Quer algo 'digital'? Há inúmeros apps, inclusive o The Fabulous, desenvolvido pelo Sami Ben Hassine.
Mudar é muito difícil, em especial na sociedade como um todo. Algumas mudam bastante (a americana?), outras pouco (a brasileira?). Mas mudanças nas sociedades não tem apenas que ver com valores. Vão além, bem além... precisam ser traduzidas em ações concretas, em formas de agir, trabalhar, alocar recursos.
Esta edição da Wired traz uma entrevista legal com Al Gore. Ele foi, quando poucos no mainstream se preocupavam, uma voz pela mudança - dos hábitos, políticas, padrões de consumo, escolhas tecnologias. Tudo para tentar mitigar ou evitar uma outra mudança: a mudança do clima.
Precisamos mudar! 
Ah... e o que isto tudo tem a ver com design?
As melhores soluções são aquelas incorporadas no design de qualquer sistema, produto, serviço, organização... ou até mesmo pessoa! Talvez educar e formar é um enorme desafio... a Revista trás um conjunto de matérias divertidas e legais sobre como hackear as crianças. Em outras palavras, como fazer o design de comportamentos e atitudes.
Pra quem tem ou não tem filhos... vale ler.

Cadê a vaca?

Onde nasci, nasce muita vaca. Boi e ovelha também. Pouca gente conhece ovelha mais pro norte; lá, onde nasci, é prato do café da manhã.
Somos mais de 7 bilhões de humanos no planeta - tudo bem... alguns nem tão humanos assim... Quer saber números exatos? Impossível. Quer uma estimativa acurada em tempo real? Veja aqui.
Essa gente toda quer comer. Precisaremos dobrar a produção de alimentos nos próximos 50 anos. Como faremos para esse pessoal todo comer? Não esqueçamos, a criação de gado é responsável por 14,5% das emissões de gases causadores do efeito estufa. No Brasil, agricultura e pecuária representam 37% das emissões
Nós, humanos, corremos o risco de ter que buscar refúgio nas montanhas quando a água subir alguns metros (já imaginaram a confusão?) em função do aquecimento global. As vacas, ovelhas, suínos e outros bichos não tem como buscar refúgio, especialmente quando chega a hora do abate
Mas há notícia alvissareira, especialmente para eles, bichos: aumentar a produção de comida não demandará que rebanhos (e abates) cresçam na mesma proporção. Em 2050, espera-se que mais de 30% da proteína animal (leia-se, carne) seja produzida a partir de processos industriais, do cultivo de proteínas - é o que diz este relatório do Governo da Irlanda. Há um número crescente de startups tentando desenvolver processos, produtos e negócios nesse domínio. Aliás.... o futuro da comida está na capa da Wired de agosto de 2016, que por enquanto só está disponível no iPad. 
Ah... tem muita vaca na Irlanda, imagino que estivessem e estejam preocupadas. Não sei se explica o relatório... que aliás é ótimo. Recomendo ler!