segunda-feira, 12 de março de 2018

Humanos


Somos obcecados por nós mesmos, humanos. Pensamos, queremos, sonhamos, trabalhamos para que as máquinas sejam como nós. E as máquinas, nossa criação, dão forma ao nosso mundo, humano.
Outro dia desses conversava sobre inteligência artificial com um amigo humano. Contava para ele que, no fundo, apesar do hype, as máquinas ainda são muito, muito burras. 
O que esta por aí de machine learning e deep learning nada mais é do que uma reencarnação turbinada da tecnologia de redes neurais. Vi um pouquinho disso quando fiz uma disciplina de Pesquisa Operacional na COPPE/UFRJ no final da década de 1990. Ah... quantas chances perdi, quanta falta de inteligência, minha, natural!
A base das tecnologias que tem dominado o campo da inteligência artificial está aí há décadas, mas os avanços exponenciais (cada vez mais acelerados) da computação permitiram aplicações que antes não eram possíveis. Mais virá, prepare-se. 
Mas usar redes neurais - e suas tecnologias derivadas - não significa que as máquinas "pensem" como nós pensamos. Há muito o que avançar. Elas são boas mesmo (muito, muito, muito melhores do que nós - inclusive para nos entender) é para identificar padrões e tem aplicações específicas - ainda não chegamos em uma IA geral, precisaremos de novos métodos e tecnologias para isso
Pois bem... e de onde poderão vir esses novos modelos e tecnologias? Uma importante fonte de inspiração, assim como foi para as grosseiras redes neurais, somos nós mesmos. Há muitos projetos tentando isso - em universidades, no Google, na União Européia etc.
Desenvolvemos máquinas e sistemas, mudamos assim o mundo da técnica e, em especial, o mundo das pessoas, de muitos e muitos humanos, de formas que ainda não sabemos.
Recomendo a todos, humanos e máquinas, ler esta edição da MIT Tech Review.
Vale processar; digo, pensar no assunto.

Nenhum comentário: