sábado, 3 de julho de 2010

Revista velha, idéia nova & empresas nascentes

A edição de junho de 2009 da Inc. (isso mesmo, 2009...) traz uma boa matéria com Paul Graham, fundador da YCombinator. A matéria está disponível no site da revista.
A revista é velha, mas o tema é atual. Mais do que isso, é urgente para o Brasil. O elo perdido para a inovação no Brasil não é tecnologia (que evidentemente é fundamental, precisamos muito, cada vez mais etc.), mas sim empreendedorismo e negócios! É aí que reside uma das principais diferenças com relação ao ecossistema de inovação americano, com larga vantagem para o lado de lá. Falta-nos, ainda, a abundância de recursos (pessoas experientes, empresas especializadas, competências, capital etc.) disponíveis para a estruturação de novas empresas que se encontra nos EUA.
Segundo a Anprotec, o Brasil tem hoje cerca de 400 incubadoras tecnológicas. De um lado, trata-se de um estupendo sucesso, que resultou especialmente do empreendedorismo de gestores e pesquisadores dentro de instituiçoes de ensino e pesquisa (públicas, na sua maioria); em pouco mais de 20 anos, milhares de empresas foram criadas e graduadas. De outro lado, existem pouquíssimos casos de empresas surgidas em incubadoras que tenham 'estourado no mercado' (o grande sucesso é a Bematech... alguém conhece outro?), o circuito das incubadoras é ainda muito fechado, protegido (as empresas não sentem a pressão real do mercado) e pouco conectado ao mundo dos negócios. A administração das incubadoras brasileiras é feita, na maioria dos casos, por pesquisadores e gestores públicos, sem experiência de mercado na criação de novas empresas. A conexão dos mundos dos negócios e das incubadoras tecnológicas brasileiras ainda é um desafio.
Existem poucas incubadoras privadas no Brasil. Desconheço se existem incubadoras for profit (alguém sabe?). MAs isto está mudando, e já é possível notar o 'desembarque no País de incubadoras (sem falar nos inúmeros fundos...) que operam em outros países, como a The Hub, que já tem operação em São Paulo. Ao mesmo tempo, incubadoras já estabelecidas apostam na profissionalização dos seus quadros e na contratação de profissionais do mercado.
A Y Combinator é uma experiência nova, mesmo nos EUA. O modelo me parece interessante, mas não sei até que ponto pode ser replicado aqui. Talvez em lugares dinâmicos, como São Paulo... Tenho interesse pessoal e ficarei de olho! Minha visão de futuro profissional/pessoal inclui a montagem de um fundo+incubadora+consultoria+lounge. Alguém interessado?
Por enquanto, vale ler a revista!

Um comentário:

Sésamo disse...

Roberto, esse assunto esta na ordem do dia aqui em São Paulo. Qdo estiver por aqui, gostaria de trocar uma idéias com vc pessoalmente. Desde a vinda do The Hub e de outros "Coletivos", como chamam por aqui, essa inciativa privada de incubação vem ganhando força. As experiências especialmente em TI, demonstram isso. De fato, enquanto essa tendência não se estabelecer em definitivo, muito pouco vai surgir a partir das incubadoras "chapas branca". Estou envolvido nessa iniciativa e será um prazer compartilhar contigo qdo quiser. Grande abraço. Eduardo