sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Grande e complexo

Você já parou para olhar com atenção o mapa mundi? Mesmo? Sempre que faço isso penso como a Rússia é grande. É enorme, tem o dobro da área do Brasil.
Olhando daqui, pela tela da Globo, impregnados por uma variedade de esteriótipos e embalados na costumeira ignorância que nos é característica em Pindorama, pouco conhecemos daquele País. É uma terra de gente de várias origens e etnias, com uma complexidade enorme na sua estrutura político-administrativa, difícil de entender.
Conheço pouco, muito pouco. Sou um ignorante quase total. Além de coisas que conheci na feira de artesanato em Curitiba, li alguns livros de autores russos - gostei muito do Guerra e Paz, até hoje um dos meus favoritos - e sempre fui curioso sobre história. Em anos recentes, estive lá algumas vezes, em lugares e momentos bem diferentes.
Sempre me interessei pela Revolução Russa. Fiquei fascinado com a queda do Muro de Berlin, impressionado com a imbecilidade humana e maravilhado com a liberdade. Sempre foi difícil entender o que aconteceu na Rússia após a queda do Muro e o fim da União Soviética, a desintegração da economia e da sociedade. 
A desintegração da URSS criou muitas oportunidades. Tenho um bom amigo que foi à Rússia recrutar cientista para o Brasil no início da década de 1990. Conheço um americano que foi venture capitalist lá. Tenho amigos que casaram com russas. Conheço gente que foi e ainda vai comprar tecnologias de materiais e saúde que não estão disponíveis no ocidente. Mas as grandes oportunidades e desafios apareceram, mesmo, para os Russos. 
Este livro relata os anos que se seguiram ao final da USSR, particularmente a partir do Governo de Boris Yeltsin, até os dias de hoje. Foram tempos difíceis - a Rússia recuperou em 2004 o nível de renda per capita que apresentava em 1989, mas somente em 2014 a taxa de fertilidade. Foram tempo confusos, de acirradas disputas de poder, de bilhões de dólares trocando de mãos, fortunas e reputações sendo construídas e destruídas. 
Foi nesse processo complexo que emergira Vladmir Putin e outros personagens centrais da história contemporânea - leia o livro para saber mais. Valeu muito a experiência de conhecer pessoalmente e debater com alguns desse líderes em San Petesburgo. Ajudou a diminuir a minha ignorância.

Brasil, país do futuro

Nesta semana que está chegando ao fim, a Alemanha teve uma eleição singular. Pela primeira vez, desde a Segunda Guerra Mundial, a extrema direita terá representação no Bundestag. E não será pouca coisa, a "Alternativa para a Alemanha" terá 93 assentos, constituindo-se na terceira bancada. É muito.
Parece que o vírus que faz com que as pessoas pensem e olhem o futuro olhando pelo retrovisor se espalhou com força na terra do povo da floresta. Mas não só lá, como bem ilustra nosso conturbado Brasil. Aliás, mais Pindorama, acredito.
Mas Pindorama tem lá suas oportunidades. Muitas, para quem souber navegar a imensa confusão que é o País - criada por nós, nossa responsabilidade, diga-se.
O mundo ocidental envelhece a passos largos e o crescimento populacional no mundo virá da África e da Ásia - veja este gráfico impressionante comparando a evolução da população nos diferentes continentes. A população ocidental envelhece. A população brasileira envelhece. Está terminando o bônus demográfico e estamos nos tornando um país de idosos. Há desafios e oportunidades associadas a esse fenômeno.
Esta edição da The Economist, trouxe uma matéria especial sobre aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, dando origem um boom no dito silver market e originando outras oportunidades de negócios. No Brasil, não temos infraestruturas e produtos que são encontrados em mercados maduros, há uma variedade de necessidades não atendidas. Eis aí uma oportunidade de negócios e crescimento.
Tenho escutado cada vez mais de amigos que o Brasil é e sempre será o país do futuro. Há alguns anos, escutei essa mesma frase de um sábio, super culto, inteligente e sarcástico representante do silver market nos EUA. Achei exagerado, já não tenho certeza.
Talvez nosso futuro tenha mais a ver com o passado do que pensamos e pensávamos. Talvez valha investir. Vale pensar.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Fantasia do Oriente

Sabemos tão pouco sobre o que acontece e aconteceu em lugares distantes. Alguns não tão distantes - como a Andaluzia, mas apagados pela nossa história cristã. Outros mais - como to o vasto Mundo Árabe, pouco conhecidos no Ocidente, especialmente nestes tempos de preconceitos e notícias falsas.
Pouco sabemos e reconhecemos também que muito do que temos e sabemos hoje teve origem no Mundo Árabe - da matemática à astronomia. Para quem se interessar e um dia for a Jeddah: o KAUST tem um Museu da Ciência e Tecnologia no Islã que é muito legal. 
Mas não só ciência vem de lá, também ficção, com toques de ciência e fantasia. Precisamos mais Islamic Sci-FiVale conhecer Yaqteenya.

domingo, 6 de agosto de 2017

Beagle

“O amor por todas as criaturas é o atributo mais nobre do homem.” 
Charles Darwin

"Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais (...) os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento."
― Charles Darwin

Vale a pena pensar. Para inspirar, vale passar os olhos por esta edição especial da Time, revisada em 2017.

domingo, 30 de abril de 2017

Hoje, um tweet

A ONU foi criada em 1945, logo após a 2a Guerra Mundial. Até hoje, serviu para muita coisa. Impediu que uma 3a Guerra Mundial acontecesse. Até hoje.
Muita coisa mudou. Não estávamos na era digital em 1945. A população mundial não chegava a 2,5 bilhões - hoje já somos mais de 7.5 bilhões. O nível do mar não subia como hoje e não assistíamos o Ártico derreter. Muitas das tecnologias que fazem parte indissociável da nossa vida contemporânea não existiam - inclusive a que permite escrever este blog - e a tecnologia não expandia na velocidade atual, estava longe do que vemos hoje.
Até hoje, o sistema internacional nos serviu. Na contemporaneidade, um tweet pode levar a 3a Guerra Mundial. Como evitaremos? Como lidaremos com isso?
Precisamos de um novo sistema. Aliás... se voce tiver a solução, há um prêmio para isso. Vale pensar. Mais do que isso, vale agir.

Cyber ralação

O paradigma de ensinar e aprender está mudando. Aliás, precisa mudar. Ainda hoje, de forma geral, os professores do século XX ensinam (?) as crianças - grandes e pequenas, de todas as idades - do século XXI com os métodos do século XIX. 
Uma das promessas é a educação personalizada, individualizada, no ritmo de cada um, com conteúdo específico para cada "estudante". Como fazer isso? Com uso de Inteligência Artificial - AI, em inglês.
A AI tem estado por aí há um bom tempo. Contudo, o crescimento exponencial do poder de computação permitiu que novos algoritmos pudessem ser executados de forma rápida e barata, especialmente os algoritmos de "aprendizado", (no geral baseados em redes neurais), como machine learning and deep learning. A partir daí, foi um pulo rápido para a AI virar ao mesmo tempo panacéia e ameaça. Admirável mundo novo, de muitas oportunidades e grandes desafios.
Um dos grandes desafios, ainda hoje, é fazer com que robôs caminhem - ou aprendam a caminhar como nós, bípedes que escrevem e leem blogs. Esta edição (antiga, de julho 2016) da Scientific American traz uma matéria interessante sobre os desafios para construir e fazer com que robôs aprendam a caminhar. Ainda terão que ralar muitos esses bípedes de metal para fazer o que fazemos.
Mas pelo menos os cyber dogs estão avançando! Nesta semana que passou, um dos fundadores da Boston Dynamics, Marc Raibert, fez apresentação no TED 2017 junto com o seu SpotMini. Nem só cyber bichos assustadores eles constróem. Por detrás dessas máquinas todas, está a #AI. 
Em tempo, se você quiser, pode construir suas soluções baseadas em AI usando plataformas que estão disponíveis na web, como esta criada pelo Google. AI está aqui para ficar. Cada vez mais, será parte de nossa vida. Cada vez mais será um serviço.
No final da história, ainda há um caminho a percorrer e aprender, em especial para nós, humanos. Precisaremos aprender a entender e lidar com essas máquinas e sistemas que fazem, cada vez mais coisas que não entendemos de onde vem e porque. Será preciso muita ralação para lidar com esta nova era das máquinas. Vale a pena aprender a respeito.

1973 - 2017

"Llora en la ciudad cómo llueve en su corazón...". 
Por que chora? Por que choram? Quem chora? Quando? Em quais cidades e lugares? Será que conseguimos ou conseguiremos entender?



segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

London Bridges

Londres tem como meta ser a primeira cidade do mundo a ter 5G operando em larga escala. É uma visão ousada e empreendedora, para uma cidade que pulsa, que empreende, que compete para estar à frente, que cresce.
Fiquei sabendo desse 'plano' em uma fala do Vice-prefeito para Assuntos Econômicos (tradução minha, o nome do cargo é Deputy Mayor for Business), Rajesh Agrawal, durante evento que organizei naquela cidade no final de 2016.
Agrawal nasceu na Índia e chegou em Londres há pouco mais de 15 anos, em 2001. Seu chefe, o Prefeito Sadiq Khan, é um londrino filho de imigrantes paquistaneses. É muçulmano.
Londres é uma cidade de gente de todos os lugares: quase 40% da população londrina nasceu fora do Reino Unido. Em vários "bairros", a população de imigrantes supera a de britânicos. Londres é uma cidade de gente de cores, caras, olhares, crenças diferentes. Londres pulsa.
É pouco sabido (eu não sabia), mas Londres teve um enorme decréscimo populacional após a Segunda Guerra Mundial. Há pouco tempo atingiu o mesmo nível populacional que tinha em 1950, mas a população ainda é inferior a da década de 1930. 
A Londres de hoje cresce. É um hub mundial de inovação. É lá o NW de Zadie Smith, cheio de gente de todos os cantos. Não sem conflitos, mas diversa, mas que avança.
Em um mundo cada vez mais cheio de muros, Londres constrói pontes. Atravessá-las há de valer a pena.

domingo, 29 de janeiro de 2017

De gota em gota

A cada dia, são publicados quase 3 milhões de posts em blogs. Este é apenas uma gota no oceano digital que não para de crescer. É inevitável ser quase nada em meio a tanto conteúdo criado todos os dias, por gente de todo o mundo, por todos nós. 
E estamos apenas no início. Ainda hoje, menos da metade da população mundial tem acesso a internet. Além da internet, várias outras tecnologias estão a crescer exponencialmente e seus impactos, apesar de já visíveis nos dias de hoje, ainda estão apenas no início. Há muito ainda por vir.
Se não destruirmos o planeta e a nós mesmos antes (o risco disso acontecer cresceu muito recentemente e atingiu o segundo ponto mais alto na história), estaremos todos conectados em algumas décadas e teremos cada vez mais em nossas vidas coisas que antes pensávamos ser apenas ficção. Espero que cheguemos ate lá, sãos e salvos.
Quer saber mais sobre o que acontece na internet a cada dia ou segundo? Veja estatísticas em tempo real. Vale ler para notar como, de gota em gota de conteúdo, fazemos crescer exponencialmente a informação disponível no mundo.