segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Sobre genes, bits e cifrões


Biologia é cada vez menos sobre dissecar e conhecer espécies de plantas e animais e como se comportam... e cada vez mais sobre a manipulação de grandes massas de dados. 'Big data'... é a moda de gestão e tecnologia da vez.
Você concorda? Discorda? Não tem nem ideia? Um pouco sim e um pouco não?
Não importa... o que interessa é perceber que, a despeito do ponto no qual nos encontramos, existem dois movimentos em curso: (i) a convergência da biologia com a informática e (ii) o crescimento exponencial da capacidade de processamento de dados – e com isso uma redução exponencial no custo de fazer o sequenciamento do DNA, por exemplo.
Esses dois movimentos trarão consigo muitas novidades.
Já estamos (nós, humanos) engendrando novos organismos, ainda que de forma grosseira – conseguimos alterar somente algumas características ou ‘criar’ coisas (opa... coisas não, proteínas.. células...) ainda simples. Mas certamente faremos mais. Muito mais. Não há como barrar o avanço da tecnologia. Veremos muita coisa nova de biotecnologia, terapias gênicas, engenharia genética, clonagem, bioengenharia etc. acontecer nos próximos anos, de forma crescentemente crescente – ou seja, exponencial.
Existirão coisas boas e ruins... Poderemos curar muitas doenças hoje sem tratamento, mas também criar novas ameaças e aumentar a diferença entre ‘os que tem’ e ‘os que não tem’. Com a possibilidade de manipulação genética, certamente será possível, em algum ponto no futuro, engendrar ‘seres humanos’ mais longevos, inteligentes, magros, bonitos e fortes. Faremos isso? Alguém fará isso! Basta a tecnologia estar disponível (e estará) para que isso seja feito. Faz parte da natureza humana.
Esta edição da bela The Atlantic traz uma fantástica matéria sobre biotecnologia... Não se trata da lenga-lenga sobre biotecnologia que escutamos e lemos muitas vezes por aqui abaixo do Equador. Quem dominará a biotecnologia no futuro não é quem possui os ativos naturais, mas sim quem controla os ativos de conhecimento e tem capacidade tecnológica. Na medida em que os preços dos ativos tecnológicos são reduzidos, muitos mais terão acesso a biotecnologias que hoje são ‘de ponta’. Novos dilemas, desafios, oportunidades, riscos, problemas e aventuras estão por vir.
Prepare-se!
E pense em tudo isso da próxima vez quando espirrar. 
Em 2013 e nos anos que virão...

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