domingo, 24 de janeiro de 2016

Sistema operacional

"Que país é este", perguntava a música da Legião Urbana. É o Brasil. É o Brasil que construímos a cada dia - todos nós. É o Brasil que aceitamos. É o Brasil com o qual somos complacentes.
Atingimos o nosso limite institucional, penso eu com os meus botões e as teclas do meu notebook, longe do calor de Pindorama. Com as instituições que estão aí, chegaremos onde já estamos. É pouco, muito pouco.
As instituições são o sistema operacional de uma sociedade. O nosso sistema operacional, em construção há séculos e cheio de remendos, deu GPF, a tela ficou azul... o problema é que não há como dar boot no País.
Este livro é escrito por autores que tem posição clara: são contra o governo e o partido que está no poder. Já eram contra em 2014, quando foi lançado, antes da deterioração da situação econômica e do quadro político em 2015. Sempre foram. Estando claro isso, é uma ótima provocação sobre nós mesmos. 
Aceitamos nos pautar por baixos padrões de desempenho, somos complacentes. Apaixonados por nós mesmos, esquecemos de olhar o mundo - que avança. Somos prisioneiros da aliança do atraso com o obscurantismo, forjada há 500 anos. Somos prisioneiros do passado. Somos prisioneiros do nosso modo de ver o mundo.
Sérgio Buarque de Holanda certa vez disse que "a ideologia impessoal do liberalismo democrático jamais se naturalizou entre nós [brasileiros]". Já é tempo. Ainda dá tempo? Será que é melhor deixar pra lá? Tá bom assim, né? Ou será que não? Seremos sempre complacentes?

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