quarta-feira, 3 de junho de 2015

Weltanschauung: lá e aqui

Até que ponto compreendemos "o outro"? Até que ponto o aceitamos? Até que ponto podemos aceitar?
E se as crenças fundamentais do "outro" forem essencialmente diferentes das nossas, o que fazer? O que faremos?
O mundo é um lugar cada vez mais complexo. Século XXI e Idade Média convivem, em vários planos, em distintas geografias. Estamos prontos (humanidade, o Brasil, cada um de nós) para lidar com isso?
reportagem da The Atlantic sobre o ISIS é um bom (ótimo) retrato sobre os limites impostos pela visão de mundo predominante no ocidente. Compreender o ISIS não é tarefa trivial. Requer a revisão de pressupostos essenciais sobre o mundo, a vida, o sentido das coisas, a jornada da humanidade.
Mas não nos enganemos... nem tudo que é arcaico acontece em algum lugar distante e empoeirado do outro lado do planeta. Também o Brasil do Século XXI convive com a idade média. Você acha que não sentado aí no seu ar-condicionado para os dias de calor (em tempo, o meu está muito confortável)? Leia algumas histórias sobre o nosso Brasil ainda cheio de preconceito, ignorância, truculência, violência e escravidão.
Se queremos (o Brasil, os brasileiros) ser atores globais (queremos?), teremos que avançar em nosso próprio esforço civilizatório e, ao mesmo tempo, formar gente e criar estruturas para dar conta da complexidade do mundo de hoje, que mistura contemporaneidade e arcaísmo. Precisamos de gente que conheça Alepo, fale árabe, chinês, hindi e farsi, compreenda história, esteja pronta para discutir o ISIS, veja o mundo para além do nosso umbigo brazuca... Será que estamos preparados?
Compreender o outro passa por compreender a nós mesmos e nossos limites.

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