segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sem receitas


Dani Rodrik oferece um pensamento analítico rigoroso e astuto sobre os 'fenômenos do desenvolvimento', com contribuições importantes para a compreensão do 'papel das instituições' na promoção do desenvolvimento. 
Esta obra parte de um ponto óbvio (pelo menos deveria ser): não existe "the one best way" para a promoção do crescimento econômico e, de forma geral, as (muitas) soluções possíveis são dependentes do contexto. Pois bem, parece óbvio, mas certamente não é a voz corrente dos (muitos) pseudo economistas de plantão, das 'autoridades do mercado' e da mídia; esta, normalmente à busca de simplificações grosseiras, declarações bombásticas e sangue.
Rodrik usa a 'caixa de ferramentas' dos economistas neoclássicos para testar hipóteses, analisar e entender os (altamente complexos; multicausais) fenômenos do desenvolvimento. Sim, 'model world' faz-se presente no livro. Longe de respostas prontas, oferece hipóteses falseadas, conclusões e diretrizes propostas. Uma parte expressiva da obra é dedicada ao assunto instituições.
A segunda parte ('institutions') inicia com um longo capítulo sobre política industrial. Vale ler e refletir sobre o Brasil.
Em tempo... talvez valha para os EUA, onde o debate sobre o assunto, sempre velado apesar do forte papel 'jogado pelo Estado' na promoção do desenvolvimento, parece ganhar novos contornos. Ver post no blog do Rodrik. Sem usar o termo 'política industrial', as propostas para economia (ver página 13 do 'Blueprint for Change') de Barack Obama incluem incentivos fiscais para inovação, formação de pessoas e extensionismo, escolha de prioridades tecnológicas e industriais. Já ouviram falar disso? 

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