segunda-feira, 26 de maio de 2008

Eta cabra da peste...


"Eu sou de uma terra em que o povo padece,
Mas nunca esmorece, procura vencê,
Da terra adorada, que a bela cabôca,
De riso na bôca zomba no sofrê..."
E viva o Brasil!

Abramos os olhos!

Um excelente livro. Lembrei dele quando li, há poucos dias, uma nota sobre o filme (blindness) do Fernando Meirelles, baseado nessa obra do Saramago.

Estava em Montevideo quando eles estavam filmando lá, em setembro de 2007. Assistirei!

Vale ler e refletir. Que as trevas não nos alcancem, de novo, jamais!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Desenvolvimento



Há uma boa entrevista com João Paulo dos Reis Velloso na última Desafios do Desenvolvimento, revista editada pelo IPEA.

Além da entrevista, vale conferir matéria sobre microcrédito no Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Para quem possa interessar:

  • 3.300 empréstimos por dia;

  • inadimplência: 0,94% (a matéria não esclarece se o percentual se refere ao montante emprestrado ou ao número de empréstimos; mas não deve existir diferença significativa caso se adote um ou outro indicador).

sexta-feira, 2 de maio de 2008

El poeta

García Lorca teve vida breve. Assassinado pelos fascistas partiários de Franco, em 1936, teve pouco mais de 15 anos de 'vida produtiva publicável' (publicada). Talvez até por isso, seja um dos poetas espanhóis mais famosos.
Esta edição bilíngue da Martins Fontes cobre toda a sua obra poética.

....
"Sin ningún viento,
hazme corazón!
gira, corazón;
gira, corazón"!

Fala sério!

Faz tempo que li este livro. Estava ainda envolvido com as 'lidas acadêmicas'. É divertido (eu achei!) e contudente.

Alan Sokal é professor de física da New York University, nos EUA. Em 1996 publicou um artigo em uma respeitada revista de ciências sociais. Tratava-se de uma farsa, uma paródia. Tinha sido escrito com palavras rebuscadas, termos apropriados das 'ciências hard' e então empregados nas ciências sociais.

O artigo original de Sokal, o texto posterior que 'elucidou' o caso e vários sobre o "incidente Sokal" (além de artigos e materiais variados do autor) podem ser encontrados na internet na página pessoal do autor na NYU.

O livro conta a história dessa farsa e debate as questões de fundo por detrás da picardia. Em resumo: apropriar-se de 'termos científicos', relativizar a realidade (negar a possibilidade da compreensão objetiva da realidade) e escrever coisas complicadas, que ninguém entende na verdade, não é ciência. O problema: na medida em que a 'comunidade' (qualquer uma: científica, acadêmica, empresarial, intelectual...) aceita esse tipo de 'prática', corre-se o risco torná-la a regra! Assim, tudo passa a ser possível... ou melhor, tudo é relativo!

O livro, além de diversão, vale como alerta nestes tempos, quando florescem a auto-ajuda empresarial e a pseudo ciência e proliferam os pseudo intelectuais/cientistas e seu textos herméticos que não dizem nada. Estejamos alertas!