sábado, 10 de junho de 2023

Original

 

Adorei "Originals". Gostei ainda mais te ter recebido o livro de presente de amigos do outro lado do mundo, de surpresa, via Amazon, em um dia sombrio em Washington. Acendeu uma luz e aqueceu o coração.

Esse cara era um deles. Era original e brilhante. Sempre gostei daqueles que são capazes de pensar de fato, para além da repetição de ideias prontas e da papagaiada de erudições batidas. Daqueles que se dão à liberdade e têm a capacidade de reescrever o léxico e a sintaxe que regem a tecitura das ideias. Daqueles que desafiam as restrições, os pressupostos, as condições de contorno dos sistemas de ideias nos quais vivemos, nos quais habitamos. Darcy Ribeiro pensava e fazia, era ator do seu tempo, do seu destino, do seu país, do mundo. Brilhante, inquieto, sempre foi um man in the arena.

Fiquei embasbacado quando li "O Povo Brasileiro". Que coisa brilhante. Fiquem impressionado como alguém foi capaz de capturar em texto tão fluído e atrativo a complexidade sistêmica (adoro isso, e adoro parêntesis com ideias e detalhes) da construção antropológica, social e econômica (tudo junto, sempre) do Brasil. Li vorazmente com atenção, encantamento, curiosidade, deslumbramento e inveja. Genial.

Se você está qui, já deve ter notado: este é um post com inspiração e aspiração. Oxalá pudéssemos todos ter um que de Darcy Ribeiro, e sermos um pouco mais originais. Recomendo.

Rápido

Esta em Dublin e li, em português, este primeiro romance (publicado?) de John Boyne. Foi por acaso, nem sabia que era irlandês e que lá residia. Há ótimos contadores de histórias que vêm/vieram daquela canto do mundo.

Foram rápidas, a leitura e a visita. Sinto que tudo passa rápido. Recomendo viver, e tomar um bom pint de Guinness. Cheers.