domingo, 26 de abril de 2009

Segunda-feira

Este é para quem tem que trabalhar, amanhã e depois, depois e depois... e não está a fim!
Sorria!
Só uma coisa: não é para ler. É para rabiscar e brincar, sorrir e debochar!
Boa semana!

Brasil na ponta!

Os projetos do Governo de Barack Obama para a energia incluem a melhoria do sistema elétrico americano.
As redes de transmissão e distribuição de energia elétrica, ou seja, do grid de energia. O Departamento de Energia americano tem uma iniciativa para a implantação de uma 'rede inteligente de transmissão e distribuição' (smart grid).
A edição de abril da Wired traz uma extensa matéria sobre o grid americano, seus problemas e as soluções que estão sendo pensadas, projetadas e implementadas (?).
A experiência brasileira de constituição e operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) é singular e emblemática no mundo. Não há, em todo globo, um sistema interligado com a extensão e a complexidade do brasileiro. O sucesso na construção e operação do sistema foi alcançado com a aplicação de tecnologia desenvolvida no País, fruto direto da competência brasileira e da atuação de órgãos como ONS e CEPEL, universidades, empresas e outras organizações.
Temos tecnologia e gente capaz de resolver problemas importantes do mundo contemporâneo.
Vale ler a matéria da Wired. E refletir... Será que valorizamos e fazemos render globalmente nossos ativos de conhecimeto? Será que os conhecemos?

Tema de hoje

Quais efeitos produzem a consolidação e a proliferação de blocos e acordos regionais de comércio? Esses efeitos contribuem ou dificultam a consolidação de um regine internacional (multilateral) de comércio?
Pesquisadora e profissional da maior competência, Tatiana Prazeres oferece uma leitura contemporânea e informada da complexa dinâmica do comércio internacional.
Para além (muito além...) de qualquer leitura simples ou 'simplória' das relações entre a OMC e os blocos regionais, joga luz sobre a diversidade de efeitos e dinâmicas associadas ao desenvolvimento dos regimes regionais e multilaterais de comércio.
Por um lado, a consolidação de blocos regionais, joga contra a constituição de um regime multilateral de comércio. De outro, favorece-a. Existem antagonismos e complementaridades. Compreender essa realidade complexa, na qual, por definição, diferentes aspectos e circuitos de sobrepõem e confundem, assume ainda maior relevância neste momento de crise. Boa leitura!

Lor hermanos III - Argentinices


Divertidíssimo, este 'quasi pocket book', é um guia do gestuário argentino.
Vale ler.. ou melhor, olhar e rir!

Mineirices criativas & contemporâneas

Este livro de estréia de Leozito Coelho (o nome do cara é "Leonardo") é muito legal. Textos curtos (realmente curtos...), sagazes, divertidos, ácidos e, por vezes, apimentados.
O primeiro (micro) conto já é ótimo, vale o livro. Não pule, leia-o!
A obra é editada pela Mondana, de Belo Horizonte. É uma agência e editora pop, coisa de mineiros descolados.
Além de uma revista que leva o nome da editora/agência, os caras tem o fanzine Idéias Bizarras, muito legal. Conheci com o Leonardo, quando o tipo ainda morava no Planalto Central.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Recordar é viver!


Nestes tempos de 'crises' (financeira, econômica, de idéias e conceitos), vale ler este livro 2002, de Ha-Joon Chang, professor da Universidade de Cambridge.
Chang faz uma análise histórica do desenvolvimento econômico, comparando as trajetórias, políticas e instituições dos 'países desenvolvidos' com as dos 'países em desenvolvimento' e, especialmente, com as 'receitas de desenvolvimento' que os hoje 'desenvolvidos', a grande mídia e as instituições financeiras multilaterais (Banco Mundial, FMI etc.) ditam/apregoam.
As conclusões são muito claras: (i) os países desenvolvidos chegaram aonde chegaram com políticas e práticas econômicas muito distintas das que pregam hoje para a promoção do desenvolvimento dos 'em desenvolvimento', (ii) as políticas e práticas seguidas pelos 'desenvolvidos' estiveram marcadas pela intervenção estatal, protecionismo comercial, apoio dos governos às indútrias nacionais etc., não pelo livre mercado e a abertura comercial, e (iii) não existem evidências factuais capazes de sustentar a idéia de que os países em desenvolvimento se tornarão desenvolvidos se seguirem o que prega o mainstream da economia (liberal).
Do ponto de vista político, a conclusão mais importante de Chang é que a diferença entre o que hoje pregam os países desenvolvidos e as práticas que, no passado, levaram ao seu desenvolvimento é deliberada. Ou seja, o caso é do tipo: "faça o que eu digo, mas não faça o que eu fiz". Esse discurso seria intencional, para 'chutar a escada' e servir ao propósito de não deixar que os 'países em desenvolvimento' atinjam o grau de desenvolvimento e independência que têm os países do norte ('subam de andar').
Muito se pode debater as conclusões de Chang. As condições do mundo de hoje não são as mesmas dos séculos XVII, XIX e XX; por conseguinte, não valem as mesmas soluções. Não vale pensar que adotar hoje as soluções que os países desenvolvidos adotaram há centenas de anos seja a solução.
A grande lição, porém, diz respeito à forma como encaramos (países, cidadãos, formuladores de políticas, pesquisadores etc.) os processos de desenvolvimento. Não há o 'caminho único' e, muito menos, a adoção inconteste das práticas e políticas defendidas pelo mainstream (ainda há isso?) da Economia poderá levar o desenvolvimento. Bom senso, pensamento crítico, compreensão do contexto, capacidade de análise e projeto (formulação) e disciplina de execução são aspectos chaves para o desenvolvimento.
Mais do que liberdade econômica, precisamos de liberdade de pensamento e reflexão para que soluções ajustadas a cada contexto econômico e social possam ser engendradas e postas em práticas! Nada substitui a inteligência!