sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Dragões de bicicleta

Gosto de bicicletas, mas nunca fui à China. Quer dizer... nunca fui à China Continental, somente à isolada Taiwan. Alguém da Mainland China certamente dirá que já fui à China...
Pois bem, o livro é um relato de viagem, feito com certa pitada de auto-ironia. Leitura rápida e leve.
Pensava em ir para aqueles lados de férias. Laos, Camboja, Tailândia e Vietnam... Se for, prometo, escolherei o melhor livro em tailandês que encontrar para recomendar a leitura!  
Por enquanto, recomendo ler este, para quem não for andar de bicicleta!

Aqui estou....

...a colocar um ‘post’ no meu blog na internet (e depois ainda vou citá-lo no Twitter). Que história fantástica! 
A edição de fevereiro da Pesquisa FAPESP traz uma boa reportagem que marca os 20 anos da internet no Brasil. Por aqui, inicialmente tivemos acesso à rede a partir de uma conexão da Fapesp. Alguém lembra?
Aliás... alguém lembra qual foi a primeira vez que acessou a internet?
Em 1983 ganhei meu primeiro computador, um TK-85. Adorava aquele ‘brinquedo’. Presente do meu pai, abriu-me uma janela para o mundo. A internet, comecei a utilizar somente na universidade, quando, orgulhoso, fui ao Centro de Processamento de Dados (CPD) da UFGRS para criar uma conta de e-mail pela primeira vez. Tornei-me um usuário do Vortex, computador Digital VAX instalado em 1991 para viabilizar a implantação de uma rede de computadores na Universidade. Em tempo, a UFRGS foi primeira universidade federal a ter seu processo de matrícula realizado totalmente on-line.
Desde aqueles tempos, muita coisa mudou. A rede cresceu exponencialmente e duas gerações já nasceram conectadas... e o mundo não vive sem internet! Nem revolução se faz mais sem internet!
Uma questão séria e crucial dessa história é que todas essas transformações tiveram início a partir de investimentos públicos americanos em pesquisa e projetos tecnológicos, especialmente do Departamento de Defesa e da National Science Foundation. Vale dizer que os americanos são campeões em política industrial! Para conferir, vejam a 'Strategy for American Inovation', lançada em 2009 e atualizada neste ano.
Voltando à internet... além de mudar nossas vidas, esses investimentos resultaram em uma verdadeira nova economia. Inúmeras oportunidades, tecnologias, negócios, fortunas, modelos de negócios, inovações, casos de sucesso, escândalos, grandes companhias (alguém poderia imaginar o Google em 1968?) etc. surgiram daí.
Há uma importante lição a aprender acerca da relevância e do potencial de impacto de investimentos e empreendimentos públicos focados em tecnologia, dirigidos a problemas complexos e conectados com o que há de mais dinâmico na indústria. A experiência internacional mostra a relevância que tem programas orientados segundo plataformas de inovação que combinem problemas complexos (saúde, mobilidade urbana, segurança, espaço etc.) e demandas por tecnologias.
Guardadas as proporções, o Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), fundamental iniciativa do Governo Federal, traz uma oportunidade importante para o Brasil.
Falando em empreender... a Pesquisa Fapesp traz também uma reportagem sobre um projeto fantástico, de gente empreendedora. Um grupo de estudantes de uma escola pública municipal... repito... escola pública municipal de Ubatuba, SP, está construindo e irá lançar ao espaço um satélite! Vale ler e se encantar! Para não ‘perder a piada’: só espero que não chova no dia do lançamento!
Aqui estou... e você também! Estamos todos, na internet!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Confiança e eficiência

A divisão social do trabalho na sociedade e a busca de formas mais eficientes de fazê-lo são temas que estão em tela há muito no mundo das ciências sociais aplicadas, com ramificações para as engenharias (com essa tal de Engenharia de Produção...). De certo, a preocupação com essas questões proveu a motivação central para a fundação da disciplina da Economia. E ei-los aí hoje, os economistas, a vaticinar o que será do País, de nossas vidas, das empresas e do mundo! Viva os novos magos da mídia!
A questão básica da alocação eficiente dos recursos na sociedade para a produção dos bens e serviços necessários ao seu bem estar e progresso tem duas soluções canônicas: o mercado e as organizações hierárquicas (a firma). No meio do caminho, surgem as ‘organizações em rede’ ou ‘híbridas’. Como diz um amigo, entre o preto e o branco existem diferentes tons de cinza.
Kenneth Arrow, professor de Stanford, e ganhador do Premio Nobel de Economia 1972, escreve com elegância, precisão e de forma elaborada sobre as diferentes formas de organização/divisão do trabalho e o seu o funcionamento, discutindo aspectos como captura e processamento de informações, tomada e decisão, autoridade e responsabilidade. O livro é gostoso de ler, a leitura agradável e rápida.
Particularmente, penso que a principal contribuição de Arrow reside na noção de que a ‘confiança’ tem valor econômico. Nas suas palavras: “…trust is an important lubricant of a social system. It is extremely efficient; it saves a lot of trouble to have a fair degree of reliance on other people’s word” (Arrow, 1974, pp. 35).
A emergência de novas formas de produção e organização do trabalho inclui, em grande medida, soluções do tipo organizações em rede. Para o funcionamento dessas, a confiança é um aspecto ainda mais crítico.
A vida em Brasília e a insuportável seara da disputa de cargos me fazem pensar mais além no valor econômico da confiança, especialmente nestes tempos de mudança de governo. O ‘sistema’ seria muito mais eficiente com mais confiança!
Boa leitura!  E.. por favor, confiem neste post!

Being human

Não foi pela matéria da capa que gostei dessa edição da Newsweek. Foi especialmente pelo belo texto de Andrew Solomon sobre a sua 'família realmente moderna'.
Andrew é gay, casado com John. Ambos tem um filho, George, que foi gestado por Laura. Laura é casada com Tammy, elas tem dois filhos: Lucy e Oliver, que nasceram de esperma doado por John. Andrew também e pai da pequena Blaine (“Little Blaine”), cuja mãe é Blaine, casada com Richard!
História complexa essa, não? Sim, eu sei... demorei para compreender quem é quem, ou melhor, quem é filho, pai/mãe ou casado com quem. E vejam que a matéria inclui até um diagrama de blocos em cores para tentar explicar essas complexas e heterodoxas relações!
A primeira questão que chamou minha atenção: estamos frente a um novo mundo, no qual novos tipos de relações e agrupamentos sociais, produtivos e familiares, estão a emergir. Isso é novo, e traz consigo várias questões.
O artigo é muito bem escrito – o autor já foi short listed para o Pulitzer. A narrativa é carregada de ternura e humanidade. Joga luz sobre muitos conflitos, amadurecimentos, questionamentos, dúvidas, receios, afetos, aprendizados e alegrias em vidas que se encontram (e novas que são criadas) e exigem a revisão de conceitos, valores e estruturas sociais.
Pareceu-me uma bela historia, cheia de descobertas e, acima de tudo, humanidade.
Andrew é autor de um livro e outro sobre ‘novos modelos de famílias’ será publicado em 2012. Não creio que eu venha a comprar/ler, mas recomendo ler a matéria na Newsweek, para pensar nas pessoas, nos valores de todos nós e em como o mundo muda (e mudará)!
Pra quem necessita rever seus conceitos, sugiro uma trilha sonora do AC/DC: shake your foundations!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Excelente edição

Está (estava) excelente a edição 361 da Carta Capital.
A revista faz uma cobertura rara na mídia brasileira sobre o Oriente Médio e seus conflitos atuais. Por aqui, grassam as superficialidades e estereótipos sobre o Oriente e o mundo Árabe. Não é o que se encontra na CC, que confere ao tema uma leitura à altura de sua complexidade.
Adoro (o pouco que conheço do Mundo Árabe), deveríamos ler/conhecer/interagir mais aqui no Brasil com esse universo, ainda mais se lembrarmos que temos uma forte imigração árabe para estas terras do novo mundo.
Também na Carta Capital, boa matéria sobre as redes sociais e seus (possíveis) impactos negativos nas vidas e nas relações humanas, originalmente publicada em The Observer e traduzida para o Português. Diz o lead: "redes como o Facebook mais isolam do que unem, segundo um número crescente de estudiosos". Não sei não.... Mas vale a pena pensar! Leiam os textos, e os livros indicados na matéria, e tirem as suas conclusões.
Adoro o Twitter, informa-me mais que os jornais. Acho o Facebook uma chatice, coisa de adolescente (no prejudice at all, mas já passei faz tempo dessa fase, infelizmente). Aliás... Vou apagar a minha conta!
De resto, bons textos do Delfim Netto e do ex-presidente do Palmeiras!
Como bônus, a semanal mantém seu delicioso estilo 'sarcástico light’. Boa leitura!