Conforme estimativa do MRE, existem mais de 2,5 milhões de brasileiros morando fora de Pindorama.
Muitos dos brasileiros lá fora estão organizados em comunidades, clubes, grupos de capoeira! Tem de tudo.... veja aqui!
Mas falta uma coisa: uma rede diáspora estruturada para a promoção de negócios, capaz de suportar empreendedores brasileiros, lá fora e aqui no País.
Esta edição de novembro de 2011 da The Economist traz boas matérias sobre 'diásporas' (sob a ótica dos negócios e da economia), especialmente a indiana e a chinesa. Vários exemplos sobre como indianos e chineses no exterior ajudam (i) companhias daqueles países a vender e/ou entrar em vários mercados internacionais e (ii) a atrair investimentos internacionais.
Um dado interessante (não está na The Economist, li em um jornal de Washington faz tempo): 42% das empresas de biotecnologia da região de Washington (DC, EUA) tem participação indiana.
Mas afinal de contas.... para que serviria uma rede diáspora brasileira articulada? Para gerar negócios para o Brasil e os brasileiros.... Integrantes da rede poderiam:
1. fazer o mentoring de empresas brasileiras que queiram acessar outros mercados (mercados nos quais os membros da diáspora trabalham/vivem);
2. ajudar investidores de outros países a identificar oportunidades e interlocutores (possíveis parceiros de negócios etc.) no Brasil;
3. contribuir para projetos de tecnologia no Brasil.
A Índia tem uma iniciativa pública para reconhecer indianos no exterior. Conta também com uma poderosa rede de empreendedores (TiE) voltada à promoção de negócios em áreas tecnológicas, organizada em dezenas de seções (chapters), presentes em 14 países. O Brasil ainda não! Já é tempo! Brasileiros no mundo não faltam!
Brasileiros ocupam posições executivas em grandes corporações de tecnologia globais. Brasileiros são empreendedores de tecnologia em ambientes dinâmicos. Brasileiros são professores, pesquisadores e cientistas seniores em universidades e organizações tecnológicas relevantes mundo a fora. Contudo, esse pessoal não está conectado de forma estruturada ao País e, no geral, somente reconhecemos, premiamos, reverenciamos, valorizamos e 'badalamos' artistas, modelos e esportistas (vide a lista de membros da diáspora brasileira na Wikipedia). Como contraste, vale olhar a lista da diáspora chinesa na Wikipedia.
Uma rede diáspora brasileira, para funcionar, deveria (i) conectar empreendedores, cientistas e executivos brasileiros no exterior, (ii) gerar oportunidades de negócios e projetos para os membros da diáspora e (iii) reconhecer aqueles que mais se destacam.
Por enquanto, temos a iniciativa de negócios do Flavio Grynszpan, no início, e uma tentativa feita pela ABDI em 2010 de viabilizar a montagem de uma rede diáspora brasileira, em conjunto com outros órgãos públicos.
Vamos ver o que será possível e o que acontecerá daqui para a frente.