terça-feira, 29 de outubro de 2019

Analógico

A GE não vive bons momentos, mas é uma companhia emblemática, cheia de história, feitos, tecnologia e capabilities. Podemos aprender importantes lições com a análise de sua história, trajetória e casos de negócios. 
Há uma enorme indústria de "gestão" - cursos, consultorias, livros, palestras, MBAs, artigos, mais palestras, bla, bla... muita coisa. Um dos principais termos da moda nesse mundo hoje é "transformação digital". Mas que diabos é isso? Fiz uma rápida busca e encontrei várias definições... por exemplo: esta, esta, esta e esta, dentre inúmeras outras. Estas todas são das melhores que encontrei, a maior parte do que está por aí é tão sólido quanto um megabyte!
Transformação digital é um buzzword. As empresas estão crescentemente preocupadas com os efeitos que o crescimento exponencial da tecnologia terá nos seus negócios. Daí até encontrar a solução há um longo, tortuoso e difícil caminho. É possível empacotar e vender muita "garrafada" aos que pensam em percorrê-lo de forma fácil, pois sempre há enorme demanda por soluções mágicas em todos os campos da vida e das atividades humanas. Lembremos que a travessia da GE não se completou e muitas mudanças nos seus negócios em curso.
De fato, não sei o que será da GE. Mas tenho certeza que o artigo recente de Jeff Immelt e Vijay Govindarajan na Sloan Management Review foi um dos melhores que já li sobre transformação - o negrito não é por acaso. Por muitos anos, Jeff foi o Chairman e CEO da GE, onde iniciou e liderou a iniciativa de manufatura digital.
Vivemos o alvorecer de uma nova era da manufatura, habilitada pela tecnologia. Contudo, transformação é, na realidade, menos sobre tecnologias digitais e mais sobre inovação em produtos, processos, modelos de negócios e gestão. Não é fácil, dificilmente é possível sem mudar muitas das pessoas e é impossível sem o alinhamento dos sistemas de recompensas. A transformação é fundamentalmente analógica e muito dificilmente, quase impossível, acontece dentro de uma organização já estabelecida - é preciso criar uma unidade à margem da empresa/corporação. Ah... mas o que de melhor existe sobre isso não é o artigo que comentei, mas sim este livro, que expande o framework das organizações exponenciais.
Ah... você quer mais dicas? A McKinsey oferece umas boas. Aproveite. Recomendo.

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