quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Qual é a sua cor?

Volta e meia leio, assisto ou escuto algo sobre ‘raças’ ou ‘questões raciais’; sempre acho estranho. Muito estranho. Aliás... acho uma bobagem total!
A ideia de raça não tem nenhum embasamento científico – pelo menos do ponto de vista das ciências naturais e biológicas. Raça é um conceito social, um construto. Eu possivelmente sou geneticamente mais parecido com o meu cachorro (tá bem... ela é mais simpática do que eu...) do que com meus tios e primos.
Bem.... a África do Sul dos tempos do Apartheid é o exemplo acabado e mais próximo no tempo que temos de segregação racial (a segregação racialnos EUA, talvez o exemplo mais próximo de nossa realidade, durou até a década de 1970). Terminou em 1994, mas as feridas demorarão décadas, talvez séculos para cicatrizar.
Este livro é uma bela reportagem de um branquelo que foi morar em um subúrbio negro de Cape Town: Khayelitsha. É uma boa história. Para não esquecer o absurdo, mas também para ‘ver’ como é difícil compreender os códigos e maneiras ‘dos outros’.
A África do Sul é belíssima, vale conhecer. O Mandela é um gênio; construiu pontes.

Vale um brinde (com ótimos vinhos sul-africanos)... à África do Sul, ao seu povo, ao Mandela, à humanidade.

Pracinhas, parques, reservas...

Responda rápido: quantos parques tecnológicos existem no Brasil? Você conhece algum? Já visitou algum? Não? Deveria!
O Parque do Rio já é o maior do País e tem crescido muito, especialmente a partir dos investimentos da indústria de petróleo e gás; o TecnoPuc é um exemplo de interação universidade-empresa em diferentes áreas/setores; o Parque Tecnológico da Paraíba, em Campina Grande, foi um dos pioneiros; o Porto Digital é um caso de sucesso em uma ‘vertical’ (tecnologia da informação).... Quer saber mais e conhecer outros? Veja aqui uma relação de parques tecnológicos existentes no Brasil e informações sobre os mesmos, resulta de levantamento feito pela Anprotec em 2011.
O Brasil tem avançado, mas ainda há muito a fazer para que a tenhamos uma economia baseada em inovação. Parte da solução (não nos enganemos... não “a solução”... parques e incubadoras são parte da solução...) passa por parques tecnológicos e incubadoras.
Mas o assunto tem ganhado destaque recentemente... e isso é positivo! Foi matéria principal na edição de abril de 2013 da Pesquisa Fapesp.

Em tempo... nesta semana, está acontecendo em Recife o XXIII SeminárioNacional da Anprotec, realizado de forma conjugada com a Conferência Mundial da IASP.

terça-feira, 26 de março de 2013

Nascer, crescer, perecer! Será?

Todos os seres vivos tem um ciclo de vida. Os produtos, as idéias e as organizações também. 
Será que a Boeing está mais próximo do seu fim? Leia a matéria, é muito, muito bem escrita. Agora.. garanto uma coisa: ao contrário do que eu acreditava e a Newsweek tinha anunciado, a revista continua a ser impressa, não acabou, não pereceu. Times are changing... mas nem tanto... não de uma forma convicta! Há idas e vindas...!
Como é bom ler um bom texto. Não li o livro de Clive Irving sobre o 747 (muito mais do que isso, se entendi bem as resenhas: sobre a saga de construir uma super máquina, contra todos os desafios... tecnológicos, humanos, gerenciais, psicológicos etc.). Fiquei com vontade de ler. Talvez venha a aumentar a pilha de coisas "a ler".

PS: quer criar uma companhia aérea? Aproveite que a Boeing ajudaJá vi muita coisa para 'acelerar' startups, mas esse guia da Boeing me pareceu mesmo inusitado. Aproveite antes que acabe!

segunda-feira, 18 de março de 2013

Bingo!

Você já viu aquela história do 'bingo corporativo' (não? imprima e divirta-se aqui...)? Conhece os jargões, as teorias, ao acrônimos, os modelos, os arquétipos do momento e do seu meio profissional?
Houve um tempo quando eu lia bastante 'literatura de negócios'. Praticamente parei de fazer isso. Pergunto-me: por que? E respondo pra mim mesmo: mudei de área, não sou mais consultor e... acho, não há muita coisa nova no mundo dos negócios. É o mesmo blá, blá, blá de 10 anos atrás. Não? Há alguma idéia nova e relevante de gestão?
Bem... há uma exceção, muito importante: todo o 'papo' de lean startups, customer development, business model design (gosto muito do business model generation). Isso é novo, original e altamente relevante. Minha opinião é enviesada, reconheço: como engenheiro, adoro uma 'abordagem de projeto'! Sobre isto, quem quiser poderá aprender com vídeos, pois há vasto e rico material na internet (aliás.... cada vez mais 'estudo' com vídeos). Aproveito e deixo a dica: curso "How to Build a Startup" do Steven Blank na Udacity.
Agora, para quem não tem tempo e precisa conhecer rapidamente o be-a-bá de gestão e algumas das principais obras da 'área' (área?) recomendo a obra ao lado. É útil e, convenhamos, os conteúdos de muito livros ficam melhores nas duas páginas do resumo do que no original!

Vigarices

Como é que se formam as idéias? Como proliferam? Como surgem os memes? Por que alguns 'colam e outros não'? Loucura, razão, inconsciente coletivo, moda, valores e ideais de uma época, brincadeira, boato, maledicência, acaso, fenômenos emergentes e estratégias deliberadas... sei lá! Tudo se mistura, combina e remixa no mundo das palavras e na vida cotidiana.
Grandes histórias as deste pequeno livro. Para um intervalo curto de leitura e para a posteridade!
Vale conhecer. E isto não é vigarice!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Celebridades

Estamos em tempos de Big Brother Brasil.
Penso nas 'celebridades' que aparecem na tela.
Com quais questões elas se preocupam? O que mesmo fazem?
Coadjuvante ou protagonista? Carlota, Goethe ou Riemer? Que lugar tem cada um de nós neste mundo?

Times are changing... (e a Newsweek também)

Você guarda o primeiro número de uma revista que você gosta? Pois bem, agora poderá guardar o último número também.
A imagem ao lado é da última edição impressa da Newsweek. A partir deste ano, a revista somente existirá em meio digital. O papel ficará para os colecionadores. A Newsweek foi engolida pela Besta, assim como muitas outras publicações serão engolidas pelo mundo digital. Aposto meus bits & bytes nisso.
Prepare-se, em breve a sua publicação favorita poderá desaparecer do mundo real. Não perca o último número. Guarde-o para mostrar para os netos!
Tudo isso me faz pensar: e a mídia em Pindorama? Está pronta para essa mudança? Será que a 'velha mídia', acostumada a lugares comuns, monopólios e privilégios mil saberá fazer essa migração? Qual será o futuro da mídia no mundo? E a 'nova mídia', o que vem mesmo a ser por aqui ao Sul do Equador? Alguém sabe? Há vida inteligente?
Há muita gente refletindo sobre como a mídia mudou, estudando, pensando, projetando o que será a mídia no futuro. Debate interessante... Agora... quem está 'fazendo' isso no Brasil?
Aconselho ler as discussões a respeito.... em papel (cada vez menos) e em meio digital (cada vez mais).

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Possibilidades em expansão


Para onde vamos? Para onde a tecnologia irá nos levar? Para onde a tecnologia quer ir?
O prêmio Nobel de Física de 2011 foi conferido a três cientistas (um deles esteve há poucos dias no Brasil) que descobriram que a velocidade de expansão do universo está aumentando e não diminuindo, como se pensava anteriormente. A ‘tecnologia’ é parte desse processo, da ‘aventura cósmica’ que se iniciou com o big bang e que irá em frente, quando não mais estivermos aqui (quem estará?). 
A idéia de que energia, matéria, vida e informação fazem parte de um mesmo continuum está no cerne do argumento desta bela obra. Pensando em uma 'lógica sistêmica', tem a sacada que a medida que atingirmos um determinado ponto nessa jornada, novas 'propriedades' surgirão no sistema que é o technium (ótimo, ótimo nome), novos 'problemas' e oportunidades para nós. Acima de todo, ao longo do caminho, novas possibilidades (que não tínhamos antes), surgirão ou se abrirão.
Selecionei alguns filmes para ver a partir de indicações do Kevin Kelly. Como eu, o cara gosta de assistir documentários (ele certamente assiste bem mais do que eu...). Gosto muito da Wired. Mas nunca havia lido um livro dele, somente artigos em revistas e posts no blog (ou melhor... nos seus vários blogs).
Este é um dos livros que mais me inspirou recentemente. Gostei, muito mesmo! Deu vontade de voltar a estudar de forma estruturada/formal. Recomendo, recomendo mesmo! Instiga a curiosidade!
Recomendo também o vídeo de um 'papo' do KK sobre o livro! Vale assistir!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Somos todos hilários

Rir de sí mesmo é fundamental. Pra mim, é sinal de sanidade. Se não rio de mim é porque não estou com "a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo".
Somos todos caricaturas de nossas  auto imagens. O Veríssimo é mestre em capturar as maluquices, ironias e estranhezas que estão por aí.
Ri bastante com este pequenino livro.
Voltou o LF Veríssimo à ativa. Muito bom. Welcome back!

Correndo riscos

Empreender é correr riscos. Implica em apostar o seu tempo, energia e dinheiro!
São muitos os dilemas.... Ter ou não ter sócios? Investir em marketing ou desenvolvimento de produto? Contratar um funcionário ou não? Procurar um investidor ou bancar do próprio bolso/patrimônio? Quando acelerar o negócio? Quando desistir? Como saber se está indo bem?
Há uma enorme diferença entre empreender e escrever sobre empreendedorismo. Muita gente que escreve nunca empreendeu de fato, não fala dos seus erros, limita-se a comentar 'modelos abstratos'.
Há também uma lacuna grande na construção do ecossistema de inovação e empreendedorismo (são coisas diferentes, que eu aqui conjugo, pois entendo que o 'elo perdido' para destravar a inovação no Brasil não diz respeito à tecnologia, mas sim às estruturas e competências de negócios) brasileiro: faltam circuitos para disseminar conhecimentos relevantes para quem empreende. Mentoria ainda é uma coisa relativamente nova e escassa no Brasil.
Este livro é uma bela compilação de conhecimentos. É relevante. É prático. É útil. Traz as ideias e experiências de gente que fez, errou, acertou, aprendeu, está procurando aprender, estudou, formulou, pensou sobre as experiências suas e de outros... É um ótimo mix. Destaco as reflexões sobre investimentos, sócios, busca de investidores.
Gostei. Vou conversar com os meus sócios e possíveis investidores!

Sobre genes, bits e cifrões


Biologia é cada vez menos sobre dissecar e conhecer espécies de plantas e animais e como se comportam... e cada vez mais sobre a manipulação de grandes massas de dados. 'Big data'... é a moda de gestão e tecnologia da vez.
Você concorda? Discorda? Não tem nem ideia? Um pouco sim e um pouco não?
Não importa... o que interessa é perceber que, a despeito do ponto no qual nos encontramos, existem dois movimentos em curso: (i) a convergência da biologia com a informática e (ii) o crescimento exponencial da capacidade de processamento de dados – e com isso uma redução exponencial no custo de fazer o sequenciamento do DNA, por exemplo.
Esses dois movimentos trarão consigo muitas novidades.
Já estamos (nós, humanos) engendrando novos organismos, ainda que de forma grosseira – conseguimos alterar somente algumas características ou ‘criar’ coisas (opa... coisas não, proteínas.. células...) ainda simples. Mas certamente faremos mais. Muito mais. Não há como barrar o avanço da tecnologia. Veremos muita coisa nova de biotecnologia, terapias gênicas, engenharia genética, clonagem, bioengenharia etc. acontecer nos próximos anos, de forma crescentemente crescente – ou seja, exponencial.
Existirão coisas boas e ruins... Poderemos curar muitas doenças hoje sem tratamento, mas também criar novas ameaças e aumentar a diferença entre ‘os que tem’ e ‘os que não tem’. Com a possibilidade de manipulação genética, certamente será possível, em algum ponto no futuro, engendrar ‘seres humanos’ mais longevos, inteligentes, magros, bonitos e fortes. Faremos isso? Alguém fará isso! Basta a tecnologia estar disponível (e estará) para que isso seja feito. Faz parte da natureza humana.
Esta edição da bela The Atlantic traz uma fantástica matéria sobre biotecnologia... Não se trata da lenga-lenga sobre biotecnologia que escutamos e lemos muitas vezes por aqui abaixo do Equador. Quem dominará a biotecnologia no futuro não é quem possui os ativos naturais, mas sim quem controla os ativos de conhecimento e tem capacidade tecnológica. Na medida em que os preços dos ativos tecnológicos são reduzidos, muitos mais terão acesso a biotecnologias que hoje são ‘de ponta’. Novos dilemas, desafios, oportunidades, riscos, problemas e aventuras estão por vir.
Prepare-se!
E pense em tudo isso da próxima vez quando espirrar. 
Em 2013 e nos anos que virão...