segunda-feira, 16 de abril de 2012

Urbanidades

Adoro cidades. Cidades de verdade..... que me perdoem os brasilienses. 
Tem coisas que só acontecem em cidades de verdade, inquietas, que pulsam, onde se falam muitas línguas e sotaques, que atraem gente de diferentes lugares, gente criativa, a fim de fazer acontecer.
O Brasil foi destino da maior emigração já realizada por cidadãos japoneses. Muito deles se estabeleceram em São Paulo. Só em São Paulo é possível encontrar um movimento organizado de Sumô com expressão e que até mesmo 'exporta' lutadores para o Oriente. Uma parte dessa história está na edição de Nov/2011 da Inked.
Aliás... só São Paulo para atrair tipos criativos e essencialmente urbanos como Mário Bortolotto, personagem de outra matéria da Revista.
Já pensou em viver em São Paulo? Eu já!

domingo, 15 de abril de 2012

Startups - ferramentas para pensar e fazer

A nova onda de startups de tecnologia no Brasil segue uma linha bem distinta das décadas de 1980, 1900 e 2000, bem melhor. Temos empreendedores cada vez mais qualificados, um ecossistema que se aprimora a cada dia e recursos.
Isso ocorre em um novo cenário global, com novas ferramentas e melhores conceitos. A forma como se entende o 'projeto de negócios' foi reinventada por caras como Alex Osterwalder.
Além de ferramentas de projeto simples e efetivas, uma nova forma de pensar o 'projeto/implantação' de empresas passa a ser hegemônica no meio das startups tecnológicas, em especial para negócios internet. Essa nova forma de pensar combina as lógicas de lean startup com customer development
Como esse quadro de conceitos e ferramentas, dá-se um passo firme no sentido de fazer com que a criação de startups tenha alguma lógica científica (formular, testar e refazer hipóteses de negócios...) e possa ser suportada por ferramentas fáceis e poderosas.
O business canvas é a ferramenta mais poderosa para codificar modelos de negócios que conheço, seja para projetá-los como para entendê-los.  O Analista de Modelos de Negócios é excelente para quem quer compreender essa ferramenta e 'quebrar o código' de vários negócios que estão aí no mercado.
Vale empreender... a leitura e outros negócios!

Nas sombras

Em 1984 li "A Ilha", obra escrita com maestria por Fernando Morais. Influenciou a minha forma de ver o mundo. 
Se os valores de liberdade e justiça associados à Revolução Cubana inspiraram os sonhos de muitos ao redor do mundo, a realidade do regime que se seguiu sempre foi controversa, tensa, complexa e cheia de altos e baixos. A maior parte dessa história não é conhecida, não aparece na grande mídia, que se resume a repetir chavões e visitar lugares comuns. Esta 'reportagem' conta um capítulo recente e obscuro dessa história. 
Há muito mais entre Havana e Miami do que pode se supor.... e o que normalmente se vê.
Vale ler, para ver como o mundo é mais complexo do que se pode pensar assistindo o Fantástico!
Não é fantástico este mundo?

segunda-feira, 5 de março de 2012

Energias limpas, resultados um tanto enuviados

Acredito que temos a necessidade (e uma obrigação para com as gerações futuras) de atacar as causas do aquecimento global.
Há um enorme burburinho sobre tecnologias limpas no mundo contemporâneo. Até agora, contudo, os resultados estão aquém do que se poderia esperar.
Esta edição da Wired traz uma matéria que faz um balanço das 'promessas' de diferentes tipos de tecnologias para energias limpas e dos resultados realmente obtidos até o momento. 
Apesar de muito focada no mercado americano, é uma boa análise e destaca duas questões chaves: (i) incentivos de curto x longo prazo e as dinâmicas subjacentes e (ii) as relações sistêmicas entre as diferentes fontes de energia, regulação e o domínio de tecnologias por diferentes players globais.
O Brasil tem liderança em energias renováveis, que respondem por 46% da matriz energética. É líder no uso de renováveis, mas está ficando para trás quando o assunto é liderança em inovação para energias limpas, aponta estudo do WWF. É um alerta. Temos avançado muito na expansão da geração eólica e lançamos o Plano Nacional de Eficiência Energética, por exemplo, mas ainda não logramos conectar da maneira necessária esses esforços com o desenvolvimento industrial.
Que bons e inovadores ventos possam soprar para indústria também. Vale botar energia nisso!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Política

"A guerra é a continuação da política por outros meios".
Genial esse Clausewitz!
Leitura antiga este livro. Na minha pacífica opinião, sempre atual. Menos pelo que diz respeito a guerra em si e, muito mais, pela capacidade singular de análise sistêmica do autor.
Pensamento sistêmico da melhor qualidade.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Ousadia

Li "O Erro de Descartes", de Antonio Damásio, há mais de 10 anos. Gostei bastante. Essa coisa chata de separar corpo e mente, colocar ideias, pessoas, conceitos, funções etc. em caixinhas estanques eu sempre soube que era furada... Gostei de saber um pouco mais sobre um campo do conhecimento (na verdade, dos conhecimentos) chamado de neurociências. E gostei mesmo de descobrir um pouco sobre como pensamos o que pensamos.
Sempre penso isso: como foi que eu pensei o que pensei? Falando nisso: como será que eu pensei neste post?
Miguel Nicolelis é um grande contador de histórias, um magnífico palestrante. Em 18 de setembro de 2011, realizamos um Brazil-US Innovation Lab na Duke University. A palestra dele foi ótima, arrebatou os americanos. Pergunta de vários: como podemos fazer para ter nos EUA um portfólio de projetos de educação e tecnologia como que está sendo implantado em Macaíba?
Em "Muito Além do Nosso Eu", relata os avanços das suas pesquisas com interfaces cérebro-máquina (ICM) e projeta possíveis desdobramentos futuros. As possibilidades são fantásticas e, talvez, assustadoras (o que será das nossas mentes quando libertas dos limites dos nossos corpos?). Vale ler, registrar (a minha mente, pelo menos, ainda depende do meu corpo... e também do papel, do lápis, do computador, dos arquivos na DropBox...) e conferir depois.
O projeto de maior visibilidade visa fazer que uma criança paraplégica/tetraplégica possa dar o pontapé inicial à Copa de 2014 no Brasil, usando um exoesqueleto, comandado pelo pensamento. A ideia é ousada. E os impactos possíveis são enormes - para a criança, para as neurociências, para o Brasil, para a indústria, para o Miguel Nicolelis e seu time...
Se Damásio foi para um caminho soft - tomada de decisões, Nicolelis desbrava a parte mais dura da floresta das neurociências. Conseguiu reunir gente interessada em acompanhá-lo na empreitada no mundo e no Brasil. Está a empreender.
Um legado já fica: é tempo de ousadia para fazer diferente. E uma lição: comunicar bem é essencial para esse jogo.
Recomendo pensar nisso.

Para pensar no Brasil

A Coréia do Sul tinha renda per capita de cerca de US$ 80 em 1960. Hoje, é de cerca de US$ 22,000.00. 
Nomes como Samsung (que marca é o computador, tablet ou telefone celular que você está usando para ler este post?), LG, Hyundai, SK, Kia etc. eram desconhecidos no Ocidente ('empresinhas'?). Esse certamente não é mais o caso.
A Coréia do Sul foi o único País na contemporaneidade que conseguiu sair da pobreza quase absoluta e se tornar desenvolvido. Feito notável, instigador, desafiador, singular.
Esta é uma ótima obra (disponível para download) para entender o porquê dessa transformação. De todas que li sobre o tema, foi a que mais apreciei. Recomendo, mesmo!
Maldaner escreveu com rigor, maestria nas palavras e paixão. Paixão pelo Brasil!

Fazer coisas, gerar valor

O (belo e mobilizador...) discurso do presidente Obama em Osawatomie (Kansas), em 6 de dezembro de 2011, e o State of the Union deste ano não deixam dúvidas: manufatura, inovação e capacidade tecnológica são temas de alta relevância para a agenda americana contemporânea. 
Diz Obama no State of the Union: "Ask yourselves what you can do to bring jobs back to your country, and your country will do everything we can to help you succeed". 
Manufatura gera empregos, renda, oportunidades de ascensão social... e demanda (puxa o desenvolvimento de) tecnologia, indústrias de suporte, gente qualificada etc. O poder público americano tem papel chave nesse jogo. Aliás... desde Alexander Hamilton foi assim.... ou alguém acha que não? Leiam o Report on Manufactures.
Este não é o meu favorito dentre os reports do Council on Competitiveness, mas é o mais contemporâneo e contém uma bela síntese das 'questões na agenda' e de propostas para a indústria americana. Resulta de quase dois anos de discussões, muitas reuniões e uma extensa série de seminários com empresas, universidades e trabalhadores. É um tipo de circuito de diálogo, reflexão e proposição de idéias elaborado e denso, que ainda precisamos desenvolver aqui no Brasil.
Dois destaques... 
Primeiro, o nexo de que manufatura e inovação andam de mãos dadas: quem perder a capacidade de manufatura, cedo ou tarde, perderá a capacidade de inovação. 
Segundo, a ideia de que o apoio público e fundamental para a 'virada' da indústria americana. Muito do que aqui pouco se compreende (financiamento público, investimento em ciência e tecnologia, gastos com pesquisa e desenvolvimento etc.), está muito claro nas propostas do Make. No campo das propostas e ações, vale marcar o exemplo dos consórcios público-privados para viabilizar o acesso a competências em tecnologia de manufatura e infraestrutura de computação de alta performance para empresas de pequeno e médio porte. Vejam um exemplo articulado pelo Council, com financiamento do Governo dos EUA (via a EDA), governo estadual, empresas, universidade (Purdue).
Já tinha escutado um discurso enfático do Jeff Immelt sobre a importância da manufatura para os EAU. Jeff Immelt, diga-se de passagem, que além de ser CEO da GE também coordena o Comitê de Empregos e Competitividade do Governo Obama. Aliás... Comitê esse que, em novembro de 2011, apresentou ao Presidente dos EUA propostas para a recuperação da manufatura que incluem financiamento a plantas piloto, subvenção econômica, extensionismo tecnológico, apoio às exportações etc.
Vale ler e pensar sobre o Brasil e a nossa política industrial.



Brasileiros no mundo

Conforme estimativa do MRE, existem mais de 2,5 milhões de brasileiros morando fora de Pindorama.
Muitos dos brasileiros lá fora estão organizados em comunidades, clubes, grupos de capoeira! Tem de tudo.... veja aqui!
Mas falta uma coisa: uma rede diáspora estruturada para a promoção de negócios, capaz de suportar empreendedores brasileiros, lá fora e aqui no País.
Esta edição de novembro de 2011 da The Economist traz boas matérias sobre 'diásporas' (sob a ótica dos negócios e da economia), especialmente a indiana e a chinesa. Vários exemplos sobre como indianos e chineses no exterior ajudam (i) companhias daqueles países a vender e/ou entrar em vários mercados internacionais e (ii) a atrair investimentos internacionais.
Um dado interessante (não está na The Economist, li em um jornal de Washington faz tempo): 42% das empresas de biotecnologia da região de Washington (DC, EUA) tem participação indiana.
Mas afinal de contas.... para que serviria uma rede diáspora brasileira articulada? Para gerar negócios para o Brasil e os brasileiros.... Integrantes da rede poderiam:
1. fazer o mentoring de empresas brasileiras que queiram acessar outros mercados (mercados nos quais os membros da diáspora trabalham/vivem);
2. ajudar investidores de outros países a identificar oportunidades e interlocutores (possíveis parceiros de negócios etc.) no Brasil;
3. contribuir para projetos de tecnologia no Brasil.
A Índia tem uma iniciativa pública para reconhecer indianos no exterior. Conta também com uma poderosa rede de empreendedores (TiE) voltada à promoção de negócios em áreas tecnológicas, organizada em dezenas de seções (chapters), presentes em 14 países. O Brasil ainda não! Já é tempo! Brasileiros no mundo não faltam!
Brasileiros ocupam posições executivas em grandes corporações de tecnologia globais. Brasileiros são empreendedores de tecnologia em ambientes dinâmicos. Brasileiros são professores, pesquisadores e cientistas seniores em universidades e organizações tecnológicas relevantes mundo a fora. Contudo, esse pessoal não está conectado de forma estruturada ao País e, no geral, somente reconhecemos, premiamos, reverenciamos, valorizamos e 'badalamos' artistas, modelos e esportistas (vide a lista de membros da diáspora brasileira na Wikipedia). Como contraste, vale olhar a lista da diáspora chinesa na Wikipedia.
Uma rede diáspora brasileira, para funcionar, deveria (i) conectar empreendedores, cientistas e executivos brasileiros no exterior, (ii) gerar oportunidades de negócios e projetos para os membros da diáspora e (iii) reconhecer aqueles que mais se destacam.
Por enquanto, temos a iniciativa de negócios do Flavio Grynszpan, no início, e uma tentativa feita pela ABDI em 2010 de viabilizar a montagem de uma rede diáspora brasileira, em conjunto com outros órgãos públicos.
Vamos ver o que será possível e o que acontecerá daqui para a frente.




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Existir em Lisboa… viver em qualquer lugar.

Lisboa foi um fantástica surpresa para o início de 2012. Vale a visita. Cidade bela, agradável, amigável, aprazível... come-se, bebe-se, vive-se bem!
Este livro foi surpresa ainda maior! Não foi escrito por um português (aliás... não foi escrito por quem parece ter sido escrito...) e nem tem a ver diretamente com a cidade. Também não é sobre a alma portuguesa, como diz a propaganda da edição portuguesa. É universal, Lisboa é só cenário.

É sobre o que somos. O que queremos. O que pensamos ser. Cada um de nós. Vale pensar.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Pensar, modelar, empreender (com estilo!)

Talvez seja exagero... mas creio que este é o melhor livro de negócios que já encontrei. Inteligente, prático, simples e bom de ler, agradável. Sofisticado nas idéias, é um livro adequado para quem está a fim de fazer, empreender, botar a mão na massa! O que dá relevo ao livro é a conexão entre o (sofisticado) desenho conceitual de um negócio (já pensaram que negócios de sucesso são 'conceitualmente superiores' aos seus concorrentes.... e, é claro, tem boa execução) com um conjunto de ferramentas simples e poderosas para 'fazer acontecer'. O livro tem um site e é possível baixar aplicativo na Apple Store.
Recomendo fazer!

E os outros?

Os Estados Unidos são a maior potência econômica, militar e tecnológica da atualidade (faz tempo). É de certo modo estranho que ser competitivo seja uma preocupação americana. Logo os EUA? Preocupam-se em ser competitivos? For sure! E esse é o tema central da edição de Jul/Ago da Foreign Affairs.
O debate político americano dos dias de hoje revela uma série de fissuras naquela Nação antes difíceis de se imaginar - quem pensaria que Republicanos e Democratas travariam uma queda de braço capaz de levar a uma 'crise da dívida americana' e lançar dúvidas sobre a capacidade americana de honrar o pagamento de seus títulos? Disputas políticas à parte, são as transformações de longo prazo na economia mundial que podem por em xeque a 'competitividade' dos EUA.
A entrada em cena na economia mundial dos países emergentes  consigo importantes implicações. Michael Spence revela que dos empregos criados entre 1990 e 2008 nos EUA, 98% foram em setores de non tradables. Por outro lado, a produtividade no período cresceu quatro vezes mais nos tradables do que para os non tradables. Assim, a manufatura perde empregos de nível médio e baixo de qualificação, que são 'compensados' por posições novas em serviços (com salários mais baixos), em áreas menos produtivas. Resumo da história: os EUA concentram renda no emprego e mostram uma competitividade ameaçada na manufatura. A relocalização da produção para a China aumenta a demanda por profissionais altamente qualificados nos EUA, mas faz cair a renda do 'emprego médio' - cresce a desigualdade na Terra do Tio Sam.
Os Estados Unidos são a nação mais inovadora do mundo. Sempre contaram com a força do seu mercado interno, a engenhosidade do seu povo e a força de suas empresas para crescer a sua economia. Sempre tiveram, também, uma forcinha de fora... seja dos mercados ávidos por produtos americanos como dos estudantes, profissionais e pesquisadores que pra lá se dirigiram em busca de qualificação e oportunidades.
Na nova geografia que hoje se desenha, há um deslocamento importante da produção de conhecimento para os países emergentes, especialmente para a Ásia. Desenvolvem-se as estruturas de formação de recursos humanos e pesquisa dos emergentes e as empresas desses países crescem e ganham musculatura internacional. Embora prematura, vale a pergunta: até quando os EUA manterão a hegemonia na produção de conhecimento e na atração/formação dos melhores quadros técnicos?
A combinação de uma nova geografia da manufatura (com os efeitos já vistos sobre o emprego) com uma nova distribuição mundial dos estoques de recursos humanos e das capacidades de formação de pessoas e pesquisa é potencialmente preocupante para a competitividade americana. Some-se a isso a questão da energia, chave para todas as economias, especialmente aquela líder no uso de fontes não renováveis. Esse conjunto de aspectos e as preocupações que deles decorrem constituem a razão de ser de organizações como o Council on Competitiveness (surgida em tempos de outras ameaças, em meados da década de 1980), dentre outras, e motivaram a criação do Comitê de Competitividade e Emprego do Governo Obama, neste ano de 2011.
Se os EUA se preocupam com competitividade... vale perguntar: e os outros? 
Vale pensar! E agir.... 

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Pais

Este é um ótimo livro para crianças de todas as idades. Recomendo! 
Diverti-me bastante!
Pais... presenteiem seus filhos e abram uma janela para o mundo para eles. Tá bem... micróbio é coisa pequena, numa janelhinha eles já passam... mas por essa pequena fresta pode se abrir um mundo novo de curiosidade, conhecimento, vida, diversão, descoberta, trabalho, aprendizagem, transformação da realidade...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Desafios e oportunidades

No mundo inteiro, especialmente nos países ao norte do Equador (líderes em inovação), é comum que encontremos, cada vez mais, as iniciativas de promoção da inovação organizadas a partir de 'plataformas'. Tais plataformas são definidas a partir de problemas/desafios, não de setores industriais. Para resolver um determinado 'problema/desafio', são necessárias diferentes tecnologias, produzidas por vários setores econômicos. Suécia, Alemanha e
Reino Unido são países que adotam estratégias de promoção a inovação focadas em desafio/problemas. 
O Brasil ensaia avanços nessa direção, a partir do Plano Brasil Maior e da vindoura Estratégia nacional de Ciência, tecnologia e inovação (ENCTI) 2011-2014.
Dentre os 'desafios' que várias estratégias nacionais incluem está a saúde. Prover serviços de saúde requer soluções em diferentes domínios, tais como tecnologia da informação, gestão, fármacos, logística, semicondutores, eletrônica, equipamentos médicos, química etc.
Esta edição da Pesquisa Fapesp traz uma série de matérias relativas a tecnologias aplicadas no campo da saúde. A essas, soma-se uma boa entrevista com Flavio Alterthum. Dessa, dois pontos chamaram minha atenção.
Primeiro, a beleza, a necessidade e as possibilidades reais de um trabalho de divulgação científica para crianças. No geral, o ensino de ciências é chato e descolado da realidade, sem 'perguntas'... Por isso muita gente não gosta, não se interessa... Alterthum lançou um (primeiro) livro para crianças, baseado em perguntas das filhas. Aqui em casa já compramos o "Pai, o que é micróbio?"!!!
Segundo, a enorme diferença que há entre produzir conhecimento e faze-lo render economicamente. Na década de 1980, o pesquisador depositou nos EUA a patente para um processo biológico que aumenta o rendimento da produção de etanol - a patente foi concedida em 1991. Até hoje não foi utilizada comercialmente. O que falta? Uma estrutura/plataforma de negócios.
Boa leitura! E bons negócios para quem souber botar conhecimento para render... inclusive com livros para crianças!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Pra viver de amor

Na curva dos quarenta, vê-se a linha de chegada à frente, ainda que ao longe – muitos imaginam. Nesta corrida da vida, penso: o que mais dá para fazer no retão final? Em que lugar dá para chegar? Angústia e vontade se digladiam no interior do meu ser.
Inspiradora a leitura de mais um livro do colombiano. Faz pensar na vida. Dá para rir, pensar, sentir.
Com ou sem brisas do Caribe, Alíseos, Mistral, Minuano ou outro vento qualquer... abra a janela, deixe o ar entrar, refresque as idéias, ponha o coração pra bater e o corpo pra se mexer.
Recomendo viver... e vou tentando por aqui!

Vamos decolar?!?!!

Nasci na era espacial, um ano depois do homem pisar na lua (minha avó paterna nunca acreditou nessa história, mas eu sim...). Entusiasmado, assisti  na TV à série Cosmos, apresentada pelo inspirador Carl Segan – encantei-me e quis virar cientista. Vibrei com ET quando já beirava a adolescência (e gostei do brinquedo no parque de Orlando quando lá estive, bem mais crescidinho). Sonhava e desenhava foguetes e naves espaciais quando pequeno. Adorei conhecer o INPE, fascinei-me como uma criança com o National Aerospace Museum, no National Mall americano. Fui (sou?) fã do seriado Arquivo X, maravilhei-me sempre com as estrelas no céu na Campanha do Rio Grande do Sul e desde muito acreditei que “há algo lá fora”.
A data na qual escrevi este post tem grande simbolismo. Foi o dia do lançamento derradeiro do space shuttle da NASA, que parte em sua última missão. Chega ao fim uma era.
A The Economist (ainda vou assinar... por enquanto só leio os exemplares que pego em aviões...) traz um artigo e duas matérias sobre o fim do programa do ônibus espacial. Existem três questões a analisar nessa história: o sentido simbólico do programa, a sua capacidade de impactar a economia americana e a hegemonia dos EUA no mundo contemporâneo (e o mundo novo que esta aí a despontar, com o deslocamento do centro geopolítico para a Ásia).
Não vou discutir o sentido simbólico do programa. A conquista (na verdade, tratou-se de uma viagenzinha curta, não chegamos à esquina do quarteirão que habitamos) do espaço foi/é uma aventura fantástica da humanidade. Deixo a imaginação viajar mais longe que a Voyager. A questão da The Economist é: será que essa aventura ainda tem o charme de antes? É capaz de mobilizar corações (mais) e mentes (menos)?
Agora... é indubitável o impacto econômico do programa espacial americano para aquele País. De um lado, pelos elevados gastos (na década de 60 o Programa Apollo chegou a consumir mais que 4% do orçamento federal americano). De outro, pelos resultados: milhares de novas tecnologias e empresas criadas (e financiadas com recursos públicos americanos), que impulsionaram a inovação em diferentes domínios dos negócios, empregos, estímulo à pesquisa etc. Em suma, todo um ecossistema que muito contribuiu (e contribui para a liderança tecnológica americana).
Se os EUA desmobilizam o programa do ônibus espacial e existem dúvidas sobre o futuro da NASA (enquanto isso, o programa espacial militar cresce, informação da mesma The Economist), outros países ‘põem as manguinhas de fora’; ou melhor, os astronautas e taikonautas fora de da Terra. Em 2025 os chineses planejam colocar um taikonauta na Lua – não assisti a chegada dos americanos, talvez testemunhe à distância a Lua inaugurar seu primeiro comitê do Partido Comunista Chinês. Até lá, eles comprarão muitas empresas aqui na Terra, americanas, brasileiras, européias – outra matéria da Revista é sobre este assunto.
Pensando em tecnologia, empresas e o impacto possível de projetos espaciais, lembro-me do nosso Brasil. Penso no Brasil.... 
Nosso programa espacial é bastante limitado, não temos gigantes de tecnologia (eletrônica, bens de capital...), não dispomos de recursos nos montantes vistos em outros países, perdemos capacitações com a explosão da base de Alcântara etc. 
Mas, saindo do céu e indo para o fundo do mar, temos uma oportunidade singular: explorar os recursos do pré-sal, de forma coordenada com a promoção da indústria brasileira e a melhoria da sua capacidade de engenharia, de gestão de negócios, de inovação.
Pensando na questão que a The Economist coloca, pode-se argumentar que o pré-sal não tem o charme do espaço. É evidente que não! Mas a exploração do pré-sal será uma bela aventura (não só) tecnológica também. Irá requerer novas soluções e competências.
A Petrobrás tem plano de investimentos de mais de US$ 224 bi para os próximos anos. Certa vez o ex-presidente Lula disse: “o pré-sal é a NASA do Brasil”. Boa! É isso mesmo... ou melhor, pode ser. Caberá a nós construirmos as condições para que isso possa se tornar realidade. Aí então, o Brasil poderá pensar em vôos mais altos, mesmo que no fundo do mar. Aí sim, os nossos sonhos de desenvolvimento e um País mais próspero e justo poderão decolar.
Vale a pena tentar, voar, submergir!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

De volta ao passado

Montevideo tem seus encantos. Um tanto melancólicos, digo, mas que valem ser conhecidos.
Embora não seja Buenos Aires, capital sulamericana dos cafés, do outro lado do Prata  também se encontra uma vasta coleção de cafés, bares, restaurantes. Este livro conta a história de alguns deles.
Mas não se engane... não é um guia. É um livro de resgate e registro, resgate da memória de locais que tiveram importância na vida política, cultural, urbana e cidadã da capital do Uruguai.
Comi e bebi bem por lá. 
Espero que o Uruguai continue em frente na sua trajetória de modernização e 'rejuvenização'. Precisa disso. No futuro, veremos se o sono do passado será de fato pretérito.
Mas espero, que nesse caminho para o futuro, não se percam a cordialidade, o papo amigo e demorado e os bons tragos!   
Vale conferir. Um brinde ao Uruguai!  

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Marketing^2

O livro é de 2007, mas continua válido. É um ótimo guia para quem quer implantar uma estratégia de marketing na web (campo no qual agora me aventuro nas horas vagas).
Além do bom conteúdo, o livro é em si uma peça de marketing (aliás... qualquer livro de business é, mas este vai mas longe). Ao longo do livro existem vários exemplos de 'casos hipotéticos' analisados pelo autor, nos quais situações reais (lançamento de um novo site, estratégia de comunicação etc.) de empresas 'não clientes' (naquela época) são comentadas. Estratégia bem sacada essa... uma visita ao 'verbete' Larry Weber na Wikipedia (ah... e a segunda edição deste livro é prefaciada pelo fundador da Wikipedia...) indica como clientes dele empresas que eram objeto dos 'casos hipotéticos' em 2007. Resumo (se as informações estiverem corretas): Weber escreveu um livro no qual comentava/analisava as estratégias/campanhas/abordagens de alguns importantes 'não clientes' em 2007, chamou a sua atenção e transformou-os em clientes. Brilhante exemplo de como fazer marketing! É um livro de marketing, que também faz marketing com maestria. É o 'marketing ao quadrado'!
Ganhei o livro de presente do próprio Larry Weber, em um dos primeiros Innovation Learning Labs Brasil-EUA, realizado em 2008 nos EUA. Aproveitando a dica do marketing (preciso aprender como promover o meu trabalho e turbinar a carreira), baixem aqui o relatório do segundo Brasil-US Innovation Summit, que organizei e resultou do processo iniciado com os Innovation Labs.
Recomendo ler... o livro e o relatório! Marketing feito!

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A Amazônia, o microcomputador, os cipós e o Brasil

Escrevo no meu computador, sobre a edição mais recente da PiauíEstava com saudades dos seus textos ácidos, debochados, bem escritos, com conteúdo, muitas vezes sobre histórias inusitadas.
Possuidora desse estilo, é a matéria sobre a última fábrica de máquinas de escrever mecânicas do mundo, que fechou há pouco as suas portas, uma unidade da empresa indiana Godrej & Boyce, que por sua vez é parte do conglomerado Godrej
Você conhece? Deveria, pois eles vem por aí... O Grupo  tem várias unidades de negócios, que incluem produtos químicos, eletrônicos, BKs, imóveis, higiene pessoal, computadores, serviços etc. Possuem uma unidade de cosméticos na Argentina. Se você tem um look com cabelo lambido a la porteño, talvez ele seja resultado de um spray indiano!
Brincadeiras a parte, duas outras matéria relevantes na Revista versam sobre temas que tem a Amazônia como parte da história. Duas matérias relativas a temas envoltos em cipoais...
A primeira é sobre a queda do Boeing da Gol em 2007, após colisão com um Legacy de uma companhia de aviação executiva dos EUA, sobre a Floresta Amazônica. Como de costume nessas situações, várias causas atuam ao mesmo tempo para gerar o sinistro; não há uma explicação simples (causa única). No caso específico, erraram os pilotos americanos, os controladores brasileiros e talvez outros. O caso foi apurado e a disputa agora se dá na Justiça.
O cipoal jurídico brasileiro (sempre cabe mais um recurso...) faz com que ainda não tenhamos um resultado final para o processo. Apesar dos avanços no Judiciário Brasileiro e do importante trabalho do Conselho Nacional de Justiça, precisamos mais, muito mais. A Justiça Brasileira é ainda muito lenta e o rito jurídico é antiquado, pouco transparente, moroso, ineficiente, hermético ao cidadão comum e falho para com a cidadania (idem para os processos de gestão associados). Precisamos abrir uma picada no cipoal, dar mais racionalidade, velocidade e transparência ao funcionamento do Judiciário. Esta é uma reforma institucional fundamental para o Brasil!
O segundo caso amazônico diz respeito às estimativas sobre sequestro e emissão de Carbono no Brasil. Avançamos no assunto e temos competência no País (vide o INPA e o caso relatado na matéria) para fazer mais; precisamos de mais. Mais precisão nas medidas, mais recursos dedicados ao tema, mais atenção, mais debate, mais ação. Agora... aparentemente, será difícil avançar a agenda de proteção ambiental (e econômica... alguém ainda não entendeu que a questão ambiental é econômica?) com a possibilidade de aprovação de um novo Código Florestal, que tramita no Congresso Nacional. Vale acompanhar o debate, conhecer os principais pontos, os argumentos contra e a favor do texto que foi aprovado na Câmara dos Deputados. É precio se emaranhar no cipoal para compreeender a questão.
Em tempo, eu sou contra o texto aprovado na Câmara!
Para descontrair: o Diário da Dilma está divertidíssimo. Vale ler e gargalhar.
  

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Para ver e ler

Saul Steinberg dizia que era um escritor que não sabia escrever, usava o desenho para contar histórias. Ou talvez fosse um desenhista que escrevia com imagens. Ou algo próximo, talvez um pouco de cada coisa...
O livro comprei há alguns anos e revi hoje. O motivo: na sexta estive no Instituto Moreira Salles, no Rio, onde via a exposição Saul Steinberg - As aventuras da linha. Ótima!
Do Rio, a exposição seguirá para São Paulo. No link anterior é possível acessar um rápido documentário, com depoimentos e imagens de desenhos que não estão na exposição. Vale conferir.
O famoso "A linha" é genial... mas gosto também dos gatos, cães, cowboys, da história da arquiterura para crianças etc. Recomendo ver! Ou melhor... ler os desenhos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Casar ou comprar uma bicicleta chinesa?

Decidir não é fácil! Quem já casou (ou deixou de casar por opção própria....) sabe disso. Comprar uma bicicleta também pode ser complexo. Eu fiquei um ano para escolher um bicicleta (e comprei um modelo simples, fabricada em Taiwan). Casar foi mais rápido!
Esta edição da HBR traz uma matéria simples (sem nada de novo, apenas bom senso e um checklist de questões bem pensado) mas relevante sobre tomada de decisão em projetos estratégicos - no mundo dos negócios é claro.
E onde entra a China nessa história? A China é o maior mercado mundial de bicicletas (e de carros, sapatos, celulares e muitos outros produtos)! 
Várias matérias nessa edição se referem aos ditos 'mercados emergente', incluindo uma sobre as dificuldades/falhas das companhias ocidentais em identificar/visualizar oportunidades de negócios no mercado interno chinês. Surpreendente, não? Embora assim possa parecer (aos olhos de um brasileiro), é fácil de compreender: as estruturas das corporações transnacionais com origem nos EUA (em especial) e na Europa são tão grandes e orientadas para os seus mercados de origem que se torna difícil a elas identificar oportunidades, conhecer os mercados e clientes dos países emergentes, captar tendências, desenvolver produtos para a 'base da pirâmide'. Até mesmo acreditar que há sentido focar nos mercados dos países emergentes deve ser difícil em algumas corporações! 
Há aqui uma oportunidade para empresas dos países emergentes (brasileiras inclusive): aproveitar a brecha que se abre com o crescimento desses mercados (do nosso e de países com características similares) e as dificuldades das TNCs americanas e européias em atendê-los com produtos adequados a suas realidades. É oportunidade para crescer, inovar, internacionalizar.
A seção especial sobre inovação traz uma matéria sobre a Procter & Gamble e o seu 'sucesso' na sistematização dos processos de inovação, a partir de novas estruturas e veículos de gestão. Alguns dos exemplos de sucesso estão associados ao desenvolvimento de produtos para os mercados emergentes. O 'caso' bem ilustra (i) a importância de se pensar/implantar modelos de gestão da inovação e (ii) que a Corporate America está em movimento para capturar as oportunidades na base da pirâmide.
Para quem dos emergente quiser aproveitar a brecha, recomendo velocidade e método.... e mulheres na equipe (procure na revista o proquê)!

sábado, 11 de junho de 2011

Empreender - II

Obviedades importantes e pouco evidentes, apesar de óbvias. Esse é o conteúdo de "O Livro Negro do Empreendedor".
Afirmação confusa esta acima, não? Explico: Fernando de Bes escreve coisas que são óbvias sobre empreender, criar empresas etc., mas que normalmente são esquecidas, varridas para debaixo do tapete da consciência, ofuscadas pelo medo e a falta de razão. 
O livro está organizado em 14 'rounds'. Em cada um deles é apresentado um Fator Crítico de Fracasso (FCF) para empreendedores. Em resumo, coisas que fazem com que um empreendimento/empreendedor dê errado.
Já incorri em vários desses FCFs em minha vida. Ter sócios quando não era preciso, empreender sem saber onde estava me metendo, não remunerar meu trabalho em uma empresa (afinal de contas era sócio e podia viver dos dividendos... burrice total...) etc. 
Espero não repetir os erros...
Para quem quer empreender (ou pensa que quer...): é uma boa leitura, um tanto ácida por vezes. Mas melhor corroer o humor agora do que a conta bancária e a vida afetiva à frente!
Esse papo de empreendedorismo (muito importante, acho que é isso mesmo etc.) por vezes tem cara de auto-ajuda. Este livro é um bom antídoto. Vale baixar a bola e as expectativas. Canja de galinha não faz a ninguém!
Recomendo ler, aprender e pensar bem onde está se metendo antes de 'empreender'!
Ah... e para não deixar dúvidas: continuo achando que vale empreender!
Boas aventuras!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Empreender I - Mudar o mundo (e a conta bancária)

Empreender está cada vez mais na moda no Brasil. Ótimo! Bom para o Brasil, bom para quem empreende.
Vale ler a matéria de capa desta edição da PE&GN. Além de um apanhado da 'situação atual' da start-ups brasileiras que tem soluções para/na internet, a revista traz uma lista de 45 empresas que valem ser conhecidas (talvez investidas... confiram e façam suas apostas/investimentos!).
Muita coisa nova e legal está acontecendo no Brasil: hoje há um enorme interesse de quem está na universidade em empreender, a classe média urbana cada vez mais é capaz de falar inglês, temos uma massa crescente (embora ainda proporcionalmente pequena) de profissionais que já passaram por diferentes ciclos de criação/investimento/lançamento/desinvestimentos em empresas de tecnologia, o ecossistema de inovação melhora rapidamente, surgem exemplos brasileiros de empreendedores de sucesso em negócios intensivos em tecnologia, acumulamos capital social e humano, existem recursos públicos para apoiar inovação, começa a se consolidar em diferentes espaços um ethos empreendedor-inovador etc. Isso é novo e positivo.
Além disso, o Brasil está na moda. Está na moda porque cresce, inclui socialmente, gera mercados internos, tem empresas que vão para o mundo e recursos científicos/tecnológicos competentes a bon marché.
Nesse quadro, muitos investidores de fora olham para o Brasil. Não só para grandes empreendimentos, mas (cada vez mais...) para negócios pequenos, intensivos em tecnologia. Conheço vários investidores do norte que vieram morar no Brasil. E não esqueçamos: além de oportunidades de negócios e competências, temos nossos encantos também... alguém duvida?
Um dos exemplos que a matéria oferece é a vinda ao Brasil da trupe tecnológico-empreendedora Geeks on Plane, a fim de negócios (e diversão...) por aqui. Bom exemplo... (i) de como o Brasil tem atraído as atenções e (ii) da transformação em curso aqui. Primeiro de maio, dia do trabalho, domingo, 9h da manhã em São Paulo: 400 pessoas (na sua enorme maioria bem mais jovens que este blogueiro inconstante, que também foi lá conferir) lotaram o auditório da FIAP para evento do Geeks on Plane, organizado de forma empreendedora pelo pessoal da BRInnovators. Bom sinal, cada vez mais há vida inteligente, não engravatada, que trabalha com tecnologia, tem energia e está a fim de empreender, inovar e ganhar dinheiro.
Na noite anterior, o mesmo pessoal foi tomar cerveja e interagir com os GOAPs, em evento do portal Startupi e da Revista ResultsOn.
São bons prenúncios. Mas não esqueçamos: (i) ainda há muito a se fazer para que a inovação e ao empreendedorismo de alto impacto, baseado em conhecimento, possam florescer - será preciso empreender para que possamos superar as barreiras que existem; e (ii) sempre existirão fracassos e nem todas as empresas, na verdade muito poucas, virão a ser empreendimentos de sucesso. 
Recomendo ler, pensar e empreender!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Capabilities para um Brasil que tem ambição

No Brasil, o acúmulo de conhecimento sobre a internacionalização de empresas é ainda incipiente. Destaca-se o trabalho pioneiro da Fundação Dom Cabral, que desde 2005 tem um núcleo de pesquisa/educação sobre o tema e publica anualmente um ranking das transnacionais brasileiras
Este livro, organizado pelo Prof. Afonso Fleury, da Poli/USP, contribui tanto para o avanço do conhecimento na área como para que o tema ganhe espaço da agenda de pesquisa brasileira.
O projeto de pesquisa que o originou (Ginebra) jogou luz sobre os processos de gestão, a governança e as competências (capabilities) para a internacionalização de empresas. A obra contém uma boa síntese sobre a importância de diferentes capabilities ao longo dos
processos de internacionalização - a meu ver, o ponto alto do livro. 
Talvez por vício de origem (será?), gostei bem mais dos capítulos escritos por pesquisadores de Engenharia de Produção do que o capítulo sobre políticas escrito por economistas... 
O momento é oportuno. A internacionalização das empresas brasileiras é fato concreto, um imperativo para a competitividade de nossas firmas e objeto da política industrial brasileira -  da atual e daquela em gestação.
O Brasil logrou acumular recursos (humanos, técnicos, materiais, econômicos, empresariais...) que hoje permitem que organizações brasileias tenham novos tipo de engajamento com o mundo. Este é o momento de termos ambição. É o momento do Brasil ir para o mundo!

Chove no Caribe e no Cerrado

Fantástica obra. Em todos os sentidos. Maravilhosa obra que mistura fantasia e 'coisas que poderiam ser realidade'. Obra fora de série. Brilhante. Instigante. Angustiante.
Sigo na série García Márquez... 
Encantei-me com essa tal de Macondo, onde os 'viajantes' podem (podiam) encontrar as mais variadas emoções e fantásticos acontecimentos... onde o tempo dava voltas e a história se repetia. Onde sempre a solidão consumia as almas.
Leitura prazerosa. Boa para pensar e sentir. Rir e chorar. No singular e no plural - na ação/vida coletiva.
Recomendo!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Velha mídia

Quando era criança, adorava enciclpédias. Meu sonho de consumo era ter uma 'Barsa' em casa. Fiquei só com as versões 'genéricas': Enciclopédia do Estudante, Enciclopédia Conhecer Abril...
Em tempos passados (no meu caso há muito passados), o conhecimento estava nos livros, nas bibliotecas, nos professores.... Hoje, há uma variedade muito maior de fontes de dados, informação, conhecimento.
Pensem só... que desafio tem os professores do ensino fundamental hoje. Antes tinham o monopólio desses saberes e 'segredos'. Hoje qualquer menino de 7 anos encontra as respostas (e muitas dúvidas também...) para suas questões na internet. O que é um gene? Está lá.... Como um foguete voa? Também se acha na rede... Por que sempre vemos o mesmo lado da lua? Com certeza a resposta internet traz....
Assim, nos tempos de internet, pensei que enciclopédia não fosse mais algo relevante, que a Wikipedia, o HowStuffWorks e outros dessem conta do recado. Até que encontrei esta publicação da National Geographic: contemporânea, simples, cheia de ilustrações, com conceitos precisos. 
Recomendo ter, recomendo ler... preferencialmente com esses pequenos seres que querem descobrir o mundo. Com um deles descobri que a velha mídia continua útil!
Em tempo... e os professores do ensino fundamental? Alguma idéia sobre como reconfigurar o papel do educador? Alguém ousa pensar como fazer isso no Brasil?
Atenção: a resposta  não está na enciclopédia!!!! 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

The Dragons

A recente viagem da Presidenta Dilma à China foi acompanhada de expectativas sobre possíveis negócios que poderiam ser gerados para empresas brasileiras e acordos/acertos relativos a temas como comércio e câmbio. Uma da possibilidades surgidas das tratativas realizadas é a instalação de um fábrica da Foxconn no Brasil, divulgada pela mídia brasileira nos últimos dias.
A edição de abril da Wired traz uma matéria polêmica sobre as condições de trabalho na Foxconn, comentando os casos de suicídio ocorridos na empresa em anos recentes. 
Mais interessante é outra matéria, que trata da competitividade da manufatura americana vis-à-vis à produção na ChinaVale ler e pensar sobre a competitividade da indústria brasileira!
Os dragões batem a nossa porta. 

terça-feira, 12 de abril de 2011

Dívidas

Santiago Nasar morreu. Todos sabiam. Só eu que ainda não sabia! Que tipo desinformado este blogueiro amador!
Morreu para pagar uma dívida.
Devagar, vou pagando eu também uma dívida. Não na mesma moeda que Nasar (ufa... ainda bem..). Trata-se de uma dívida intelectual, para a qual os credores não são nem Santiago Nasar ou Bayado San Román (que nome legal este... não acham?), nem mesmo Gabriel García Márquez, mas eu mesmo.
Saldá-la-ei, aos poucos e com gosto, lendo as deliciosas obras desse colombiano. Por curioso que seja, somente tinha lido alguns contos de sua autoria e parte da sua 'obra jornalística'.
Recomendo não ficar em débito. O investimento vale a pena!

Livros, lágrimas, sistemas operacionais e crianças!

O mundo do trabalho reserva pouco espaço para as emoções, mas elas estão sempre presentes. Em qualquer decisão, em qualquer reação. Esta edição da Time contém extrato de um livro intessante sobre o assunto: "It's Always Personal" (já notaram quagora todo livro tem um site?). Preservamos (nós bichos humanos) os mesmos mecanismos fisiológicos de milênios atrás, mas enfrentamos ameaças que são totalmente novas e relacionadas a aspectos meramente simbólicos: status, valores, ego, auto-imagem etc.
Uma curiosidade sobre choro.... a survey feita pela autora indica que 41% das mulheres já choraram no trabalho, contra 9% dos homens. Mas... 48% dos homens acham que "é ok chorar no trabalho", contra 41% das mulheres! E você?
Mudando de assunto... dos homens e mulheres para as pequenas máquinas que os homens e as muheres usam cada vez mais: telefones inteligentes.
A revista também traz uma boa matéria sobre a Nokia e sua opção de adotar o Windows 7 como sistema operacional de seus smart phones. É um belo caso (que vemos acontecendo em tempo real) sobre como uma corporação que chegou no topo luta para não se espatifar. Há algum tempo, a Nokia era exemplo de inovação e a interface dos seus telefones era ótima, simples, fácil de entender, funcionava... Na semana passada peguei emprestado o telefone Nokia (smart?) de uma colega, achei péssimo, um péssimo produto, cujo desenvolvimento custou bilhões - conforme a Time, os gastos com o desenvolvimento do sistema operacional Symbian consumiram US$ 1.4 bi no ano passado. Resultado... a Nokia perde market share a passos largos e a rentabilidade do negócio cai. 
Por fim.... mas talvez o mais importante... uma matéria sobre educação na Finlândia. Assunto central para o Brasil. 
Em tempo, por aqui, o STF decclarou constitucional na semana passada a lei que estabelece o piso nacional para os professores, em resposta a arguições de cinco estados da Federação. O valor inicial será de cerca de R$ 1.000,00.  Alguém se habilita?
Recomendo estudar!

domingo, 10 de abril de 2011

Carnaval

Os X-Men estão de volta! Nova séria, velhos temas e dúvidas existenciais. Provalmente, os super-heróis mais 'grilados' com a sua existência e os dilemas de 'quem é diferente dos demais'. Poderes nada humanos... dúvidas mais humana não poderiam ser.
Li no Carnaval. 
Recomendo para tempos com e sem fantasias!