domingo, 1 de dezembro de 2013

Longe demais das (novas) capitais

Volto da Ásia e leio no avião a Forbes Asia. Que mundo grande esse e desconhecido no Brasil. O centro do mundo está migrando mesmo, mesmo, mesmo para a Ásia; você já sacou?
Há uma lista de bilionários e super milionários indianos na Revista. São cem pessoas na lista, sendo 65 com fortunas acima de um bilhão de dólares. Esse é o mesmo País que tem milhões de “intocáveis”, muitos dos quais só conseguem ganhar a vida carregando cocô por uma simples razão: nasceram filhos de gente que carregava cocô. Maluquice total, penso eu. É uma face dura e obscura desse País fascinante.
Mas os bilionários indianos não estão apenas na Índia. Estão no Oriente Médio, em Londres (especialmente...), nos EUA e no mundo. Nos EUA estão totalmente envolvidos em tecnologia da informação, micro & nanoeletrônica, biotecnologia etc. Pergunto-me: e os nossos? Conforme a Forbes, existem 46 brasileiros com US$ 1 bilhão ou mais de patrimônio e 124 com fortunas acima de R$ 1 bilhão. Quem são? O que fazem?
O pessoal do 3G (fizeram acontecer Ambev, Americanas, ALL... e agora estão na Heinz, Burger King...), tem uma trajetória ímpar, vitoriosa. São profissionais e competitivos para caramba, correm riscos, apostam grande, vão para o mundo, investem. O modelo é fazer os ativos renderem (brincadeira legal para engenheiros de produção como eu...)., não necessariamente apostar em novas tecnologias e inovações radicais.
E de resto? Quem mais está por aí? Os irmãos Marinho, herdeiros da mídia, estão na lista da Forbes, junto com alguns banqueiros, Antonio Ermírio de Morais, Edir Macedo, controladores de grupos de infraestrutura, Silvio Santos e alguns (muitos?) herdeiros. Resumo da história: poucos tem negócios na indústria e, menos ainda, tem histórias de sucesso na construção de negócios intensivos em tecnologia e inovação tecnológica; a maior parte dos bilionários brasileiros tem suas fortunas originadas em negócios de mídia, bancos, bebidas, alimentos, infraestrutura e indústria de base.
Precisamos mais: empreendedores, empresários (e não apenas gestores profissionais de empresas), gente que faça empresas crescerem e virarem mega negócios, bilionários, visionários, brasileiros globais.  Precisamos de gente que aposte em novas tecnologias, veja oportunidades no mundo onde outros nada enxergam.

Além disso, é urgente conhecer a Ásia! Acho que valerá a pena!

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