domingo, 1 de dezembro de 2013

O que será dos advogados, contadores, engenheiros, médicos...?

O que faz um advogado? E um médico? Para que serve o que ele/ela estudou em um curso superior? Como são os dias de trabalho desses profissionais?
Alguma vez você já parou para pensar a respeito?
Bem... como qualquer outra coisa na vida, é importante “tratar de forma diferente os diferentes”. Existem médicos e médicos; advogados e advogados; contadores e contadores; jornalistas e jornalistas e assim por diante. Mas a verdade é que, a maioria desses profissionais passa a maior parte de cada um dos seus dias de trabalho fazendo operações banais, repetindo rotinas simples, usando pouco o cérebro, repetindo coisas triviais....
Minha estimativa grosseira (chute): 75% dos atendimentos médicos que tenho a cada ano apontam diagnósticos errados ou são absolutamente idiotas. Está com dor de garganta e febre? Tome um antinflamatório e um antibiótico. Está com prurido, secreção e vermelhidão em uma área da pele? Tome antiinflamatório e tome/passe um antifúngico... piora a coisa, cinco médicos e cinco diagnósticos depois: dermatite medicamentosa. Dor na coxa ou na barriga da perna? Dá-lhe antinflamatório.... Secreção nasal amarelada (a coisa tá ficando nojenta)? Antinflamatório e antibiótico. Puxa.... estudei Engenharia e acho que seria capaz de fornecer a maior parte dos atendimentos médicos a que me submeto a cada ano, com mais qualidade do que a oferecida pelos médicos que cpnsulto. No geral: anamneses de 60 segundos + 30 segundos prescrevendo medicamentos + 30 segundos de “tchau, volte em 15 ou 30 dias...”. Dois minutos de consulta ao todo.
É claro que os médicos fogem dos planos de saúde, recebem uma ninharia por procedimento e o atendimento é péssimo, péssimo, péssimo nesse sistema. Esse é um problema de gestão do sistema de saúde. Há também um problema de formação: uma (grande? pequena?) parte dos médicos é mal formada e não estuda de modo regular, é ruim mesmo. Mas existem coisas que são intrínsecas ao métier. Primeiro, a maior parte dos casos que chegam aos médicos é absolutamente trivial. Segundo, a quantidade de informações que um médico tem a sua disposição para diagnosticar uma enfermidade e avaliar alternativas de tratamento é monstruosa. Há uma estimativa de que em 2020 os médicos terão que ‘enfrentar’ cerca de 200 vezes a quantidade de dados e informações que um ser humano consegue processar ao longo de toda a sua vida. É muito. Não há como “fazer de cabeça”.
Quer exemplos de outras profissões?
Advogados (aqueles 10-20% dentre os que estudaram direito e passaram no exame da OAB): a maior parte preenche petições e documentos já padronizados, tratam de casos simples, seguem rotinas. Uma outro tipo de trabalho é ler e interpretar a legislação, ver o que saiu de novo, buscar uma lei que trate de um tema específico, redigir (na maior parte das vezes de forma cifrada, em uma linguagem abstrata e confusa). Ora... muito disso é moleza hoje para um computador realizar. Por que não automatizar?
Engenheiros já vem há algum tempo observando a entrada da tecnologia na sua área. Do desenho ao cálculo, as ferramentas estão cada vez mais presentes. Para obras civis, ao invés de um ‘projeto assistido por computador’ teremos, em breve, talvez, projetos ‘feitos por computador’.
Algumas empresas jornalísticas estão automatizando a elaboração de matérias jornalísticas. Não... não se trata de oferecer ao jornalista uma processador de textos melhor, bancos de dados e informações, ferramentas de tradução ou revisão. Trata-se de eliminar a necessidade de uma jornalista para se escrever uma matéria de jornal. Ao invés de um humano, um algoritmo pode fazer isso. Veja o exemplos da Thomson Reuters.
Pois é....  a tecnologia da informação está chacoalhando e irá chacoalhar cada vez mais o mundo do trabalho. Como sempre aconteceu. Prepare-se!
Existem prós e contras e será difícil lidar com a situação no curto e médio prazo.
Pessoalmente, eu pagaria uma consulta para o Watson da IBM e acho que muitas matérias escritas por um computador poderão ser melhores, mais precisas, menos tendenciosas.
Se tem um lugar que o pessoal trabalha pesado para desenvolver novas tecnologias é o MIT. Esse também é o lugar de trabalho de Erik Bryonjolfsson e Andrew McAfee, autores de um livro que é objeto da matéria de capa desta edição da Tech Review.
Vale você ficar atento! Seus filhos e netos mais ainda!

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