sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Península

A Coréia do Sul tem 23 think tanks vinculados ao 'centro do poder'. São institutos de pesquisa em ciências sociais, humanidades e economia que fazem análises e produzem conhecimentos para suportar a tomada de decisão pelo governo e a formulação de políticas. Estão todos vinculados ao Conselho Nacional de Pesquisa para Economia, Humanidades e Ciências Sociais; veja a lista de institutos vinculados.
O que isso significa? Que na Coréia do Sul não há espaço para decisões amadoras na formulação de políticas! Todos os programas e políticas tem pesquisa, fatos, dados, evidências concretas, hipóteses e análises por trás! Não é pouco!
Qual é o poder de fogo dessa estrutura? Se, em média, forem 150-200 pesquisadores por instituto, serão entre de 3500 e 4500 pesquisadores ao todo. 
Esta edição da The Economist traz um especial sobre a Coréia; aliás, sobre "as coréias". A do Norte é exemplo de "coisa estranha"; a do Sul é caso de sucesso incomparável de crescimento e desenvolvimento.
Mas o sucesso da Coréia do Sul não deixa de trazer consigo enormes 'questões a enfrentar'. Com uma das menores (a menor?) taxas de natalidade no mundo, o País possivelmente terá dificuldades para continuar a crescer. De onde vem isso? Uma das razões é a disputa ainda não resolvida com o Norte (voce teria filhos em um local ameaçado por uma guerra nuclear eminente?); outra é a dinâmica competitiva da sociedade, aliada a uma rede de proteção social praticamente inexistente (você terias filhos sabendo que os custos para prover saúde e educação são astronômicos e que você só pode contar com seu próprio esforço... ah... e você não terá aposentadoria quando ficar velho). Resolver a questão política com o Norte e reformar a sociedade são questões a enfrentar na Península. Inteligência para orientar o processo não faltará, imagino.


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